Mais de 700 mil brasileiros vão receber diagnóstico de câncer em 2023

28 de novembro de 2022

Câncer de pele não melanoma lidera a lista de novos diagnósticos

Na última quarta-feira (23/11), o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou as estimativas para os novos casos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. São esperados 704 mil novos diagnósticos anuais da doença. Só as regiões Sul e Sudeste devem concentrar cerca de 70% desta incidência.

O tumor de pele não melanoma lidera a lista de prevalência, com 31,3% do total de casos. Apesar de não serem, na maioria das vezes, situações de alta complexidade, são neoplasias altamente preveníveis, com o uso correto do protetor solar e uma exposição consciente ao sol.

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A listagem segue com os cânceres de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). O INCA faz algumas observações interessantes sobre a expectativa de incidência e as diferenças regionais e sociais de nosso país.

Nas mulheres, em que o câncer de mama é o mais frequente, são esperados 74 mil casos novos por ano até 2025. Nas regiões de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o câncer colorretal vem em seguida. Já nas de menor IDH, é o tumor do colo do útero que ocupa esta posição.

Entre a população masculina, o câncer de próstata predomina em todas as regiões, com 72 mil casos novos estimados a cada ano do próximo triênio. Nas áreas mais desenvolvidas do país, os tumores malignos de intestino estão na segunda ou a terceira posição. Por outro lado, nas de menor IDH, o câncer de estômago é o segundo ou o terceiro mais frequente entre os homens brasileiros.

Vemos, então, que os principais tipos de câncer que atingem os brasileiros são preveníveis e, em grande parte dos casos, rastreáveis, com a possibilidade de um diagnóstico precoce, que pode fazer a diferença na escolha e no sucesso do tratamento.

Se os números são alarmantes, também nos dão a certeza de que é possível agir para que a incidência de câncer diminua no país, com a adoção de políticas que estimulem a adoção de dietas mais saudáveis, a prática de exercícios físicos, a cessação do tabagismo e a vacinação da população. Vencer o Câncer depende de cada um e de todos nós!

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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