A depressão é um dos transtornos mentais que mais cresce no mundo. Assim como a ansiedade, ela se manifesta de forma diferente em cada uma das pessoas que convive com esse transtorno mental. Há desde depressões, digamos assim, mais leves a gravíssimas, que exigem de nós, médicos, atenção redobrada.
Apesar de existirem vários tipos e classes de remédios – cada um deles voltado a uma determinada categoria e gravidade de depressão – nem todos eles fazem o mesmo efeito em diferentes pessoas. Não somos iguais geneticamente. Por isso, os medicamentos podem funcionar de distintas formas em você, por exemplo, e em um conhecido seu.
Sabemos, sim, que alguns fármacos agem bem em pessoas com determinadas características, mas, lamentavelmente, a Medicina ainda não descobriu que medicamento funciona melhor para cada tipo de pessoa.
Por isso, uma parcela daqueles que precisam usar medicamentos contra depressão terá de trocar por outro fármaco ao longo do seu tratamento.
Hoje, há mecanismos que permitem diminuir a possibilidade de substituição do remédio. A nossa experiência, por exemplo, conta muito. Mas também há um teste chamado farmacogenético, que mostra se aquela pessoa tem maior ou menor possibilidade de metabolizar um determinado medicamento. Pouca chance significa que aquele fármaco não será tão bem absorvido e não vai agir tão bem no organismo dela.
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A grande maioria das pessoas responde bem a um antidepressivo. Mas há um grupo menor – entre 10% e 30%, segundo estimativas – que não responde a nenhum remédio nem a doses maiores desses fármacos. Para essas pessoas, a depressão é recorrente; como se fosse vitrificada, resistente.
Recentemente, chegou ao mercado um novo antidepressivo, voltado justamente para esses casos. É à base de uma droga chamada escetamina. Ao contrário dos demais, administrados via oral, esse é um spray nasal.
Outra opção para quem tem depressão resistente é um tratamento conhecido como estimulação magnética transcraniana (EMT). O objetivo é estimular o cérebro com ondas magnéticas, sendo necessárias várias sessões para que a pessoa comece a sentir uma melhora.
Práticas alternativas também têm se mostrado de grande ajuda para pessoas que não respondem bem a remédios, principalmente a prática de esportes, que traz de volta a autoestima e isso, por si só, já têm um impacto positivo na depressão.
Felizmente, todas essas alternativas têm reduzido, e muito, as taxas de insucesso que antes nós tínhamos nesses casos.
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Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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