Mas, identificar traços de personalidade prejudiciais, ou padrões de comportamento em nós mesmos, é uma história diferente. Pode levar anos para percebermos uma certa falha de personalidade que temos ou para corrigir um erro que cometemos continuamente.
Nenhum de nós é perfeito. A realidade é que, às vezes, até mesmo o melhor de nós exibe comportamentos tóxicos devido a traumas não resolvidos, um mau exemplo ou um desequilíbrio em nossa vida social ou familiar. Frequentemente, só percebemos a falha quando a vemos nas reações das outras pessoas aos nossos comportamentos.
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Confira dois sinais para ajudá-lo a perceber se você tem algum traço tóxico não resolvido (e como corrigi-los).
#1. Você se faz de vítima com muita frequência
O mecanismo de defesa de nos rotularmos como vítimas pode dar a ilusão de que é possível fugir da responsabilidade por nossas ações – apenas para perceber mais tarde que essa mentalidade nos fez estagnar ou regredir.
Claro, é bom brincar de faz de conta com nós mesmos, pensando e sentindo que nada é nossa culpa e que não devemos nada a ninguém. Mas isso funciona apenas como uma profecia pela qual acabamos perpetuando o status de vítima. Além disso, ao jogar continuamente a carta da vítima, permitimos que circunstâncias difíceis da vida assumam o controle de nossas vidas.
Um estudo de 2018 sugere que um sentimento de vitimização é um subproduto comum do Transtorno de Personalidade Narcisista. Os narcisistas são mais propensos a perceber situações sociais ambíguas como transgressões ou agressões ao seu caráter.
Para domar uma mentalidade de vitimização, use alguns dos seguintes antídotos:
- Use afirmações positivas como “Eu sou digno, sou valioso e mereço amor”.
- Mude o disco quebrado que continua dizendo que você não é bom o suficiente, pensando na época em que as coisas eram boas, quando você estava no controle e quando gostava de si mesmo.
- Pare de se comparar com os outros apenas para se convencer de está pior ou que eles têm melhores recursos para mudar suas situações. Lembre-se de que esse é um padrão autodestrutivo, que está perpetuando seu status de vítima.
- Respire. Desacelere e acalme sua mente. Concentre-se objetivamente nos pensamentos e sentimentos que o estão levando a acreditar que submeter-se a seus obstáculos é melhor e mais fácil do que tentar e arriscar o fracasso.
#2. Você tenta impor sua realidade aos outros
Quando conseguimos sair com sucesso de um período prolongado de sofrimento, naturalmente sentimos inclinação para gritar a nossa solução para qualquer pessoa que esteja disposta a ouvir. Podemos sentir como se fôssemos super-humanos, que sabemos como as coisas funcionam e que a nossa solução é a única maneira de resolver uma situação.
Esquecemos facilmente que só porque algo funcionou para nós, não significa que funcionará para outra pessoa. As soluções funcionam melhor quando são adaptadas à personalidade, experiência e situação de alguém.
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A solução para esse tipo de toxicidade é dupla:
Faça uma introspecção. Se achar difícil expressar compaixão por alguém, pergunte a si mesmo: “o que eu gostaria que alguém dissesse para mim se eu estivesse nessa posição?”
Conclusão para refletir
Todos nós somos obras em andamento. Se alguma vez sentir que já é um produto acabado, provavelmente é hora de fazer uma avaliação de toxicidade pessoal.
*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é doutor em psicologia, formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder