Igualmente, quando falamos de depressão não nos referimos a uma única condição. Ela pode se manifestar em intensidades diferentes, de leve a grave. Os antidepressivos foram criados para que atuassem na forma grave da doença, justamente aquela que costuma gerar um forte impacto na vida de uma pessoa.
Leia também:
- Crioterapia pode ajudar a melhorar a saúde mental?
- Por que no Brasil leva-se tanto tempo para se ter um diagnóstico de transtorno mental?
- Lideranças afetam mais a saúde mental dos colaboradores que terapeuta
Diferentemente do que muitos acreditam, o antidepressivo não anestesia as emoções. Ao contrário: ele corta o ciclo de anestesiamento em que essas pessoas se encontram e, aos pouquinhos, vai restaurando o humor mais positivo e a alegria.
Cabe a nós, médicos, fazer uma calibragem fina desses remédios, para que a pessoa que precisa fazer uso deles não veja as suas emoções descompensadas. É raro, mas às vezes acontece de um doente ter o que chamamos de “virada”, ou seja, sair de um estado de tristeza para um estado de euforia muito grande (mania). Também precisamos estar atentos a isso.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.