Por que a sua dieta para o verão vai falhar

O verão ainda não começou, mas um dos seus sinais já chegou com força: o aumento das buscas pelo tal “corpo perfeito/ projeto verão”. Embora não consiga adivinhar o futuro, posso prever muito do que vem por aí com base em 20 anos de experiência no consultório.

Com o objetivo de emagrecer, perder medidas e definir músculos o mais rápido possível, muitas pessoas vão escolher um dos seguintes caminhos:

• Seguir dietas com restrições calóricas severas (o menor número possível de calorias, sem pensar nos nutrientes)
• Cortar todos os carboidratos e açúcares da alimentação por conta própria
• Iniciar atividades físicas intensas, sem orientação
• Todas as anteriores

Se você se identificou com um dos caminhos acima, venho trazer um alerta: essas estratégias não funcionam. Nem para o verão, nem para o inverno.

Primeiro, porque “dieta” ou “regime” sempre têm prazo para acabar. O que significa que, em pouco tempo, você volta aos seus velhos hábitos e qualquer possível “ganho” se perde.

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Em segundo lugar (e este ponto é muito importante): essas estratégias, sem acompanhamento de um profissional, são a receita do fracasso. Vamos aos fatos?

Restringir ao máximo o número de calorias: Embora o déficit calórico seja necessário para perda de peso, comer “de menos” é muito ruim: sem combustível mínimo para funcionar, o corpo pode ter dificuldade até para perder peso – sem falar na deficiência de nutrientes que leva a problemas que vão desde queda de cabelo a disfunções hormonais.

Eliminar por completo os carboidratos da alimentação: “cortar” carboidratos é um daqueles conselhos que todo mundo já ouviu. Carboidratos são a principal fonte de energia do corpo e por isso a redução ou retirada desse macronutrientes deve ser feita, quando indicada, com acompanhamento profissional. Embora existam estratégias alimentares que reduzem este macronutriente da alimentação, cortá-los completamente sem supervisão profissional é quase garantia de sentir cansaço, fadiga e falta de vontade de seguir a “dieta”.

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Começar atividades físicas intensas por conta própria: Existe uma grande diferença entre se desafiar e ir ganhando resistência X querer sair do sedentarismo para um treino pesado da noite para o dia. No segundo caso, a pessoa tem um alto risco de lesões – que vão desde lesões que a impedem de treinar por alguns dias até casos graves de problemas ósseos ou musculares que podem até levar à hospitalização.

Então, o que dá para fazer até o verão?

Primeiro de tudo procurar profissionais de saúde capacitados para avaliarem o seu caso. A partir daí, é possível, através da alimentação e da prática regular de exercício físico atingir resultados não somente de curto prazo, mas também para toda a vida, uma vez que queremos essas mudanças não somente para o verão.

Mas, você já pode começar hoje com algumas atitudes simples que já farão diferença: beba mais água, coma mais saladas, legumes e frutas, evite frituras, doces e refrigerantes. Insira caminhadas na sua rotina. Fazendo isso, você verá mudanças não só no seu corpo, mas também na sua saúde e no seu bem-estar já nas próximas semanas. Mais importante, vai continuar vendo essas mudanças ao longo do ano que vem, durante todos os meses.

Uma mudança de estilo de vida hoje significa nunca mais ter que se preocupar com “projeto verão”. Pense nisso.

Eduardo Rauen é médico nutrólogo e integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.