As sete nações representam mais de metade do número global de mortes por câncer. Só no Brasil, são mais de 230 mil registros anuais, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
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O fumo está associado a casos de câncer de pulmão, bexiga, rim, laringe, boa, entre outros. Pelo menos 13 tipos de tumores estão ligados ao excesso de peso corporal. Já a infecção pelo HPV é responsável por casos de câncer de colo de útero, vulva e vagina, pênis, canal anal e orofaringe.
Mas é interessante observar que o uso do tabaco foi, de longe, o fator principal para óbitos evitáveis por câncer. Segundo os dados, o tabagismo é responsável por mais de 2/3 destas mortes (cerca de 1,3 milhão) nestes sete países.
Os pesquisadores calcularam, ainda, que estes quatro fatores de risco resultaram em mais de 30 milhões de anos de vida perdidos anualmente. Para chegar a esse resultado, levaram em conta a idade em que os pacientes morreram e a expectativa de vida da população local.
Fica claro, então, que a prevenção do câncer e das mortes por estas doenças passam pelo controle dos fatores de risco evitáveis. As políticas de enfrentamento ao tabagismo devem continuar (com especial atenção, neste momento, ao cigarro eletrônico), além dos alertas para evitar o consumo de álcool em excesso, do estímulo ao controle do peso, o sedentarismo, o consumo excessivo de açúcar, gorduras, alimentos embutidos e enlatados, e da vacinação de meninos e meninas contra o HPV.
Estas são ações primordiais para começarmos a reverter os números preocupantes do câncer em nosso país.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.