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Noites mal dormidas têm um impacto enorme sobre a qualidade de vida. Quando eu recebo um paciente – no hospital ou na minha clínica -, um dos aspectos que eu levanto é como está o sono daquela pessoa, pois esse é um dos fortes indicativos de a quantas anda a saúde mental dela.
Na Medicina, não consideramos um ou mais episódios eventuais de alteração do sono como um problema. O que deve ser levado a sério é se o sono é cronicamente ruim.
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Será que todo mundo precisa mesmo desses comprimidos? A resposta é não. Há muitas diferentes causas para os problemas de sono, entre elas transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade; questões de ordem física, como é o caso da fibromialgia e da menopausa; de ordem médica, por exemplo, a apneia do sono; e até situações mais corriqueiras como ter um parceiro que ronca a noite toda.
O que eu quero dizer com isso é que é possível corrigir muitos distúrbios do sono atacando uma dessas causas. Em muitas situações, eu receito uma dose baixinha de antidepressivo para um paciente com déficit de sono. Muitos casais resolvem a questão dormindo em quartos separados. Terapia de reposição hormonal, no caso das mulheres, também pode reduzir enormemente as noites mal dormidas.
Inúmeros remédios para dormir, como é o caso do famoso Zolpidem, levam a uma dependência fortíssima, difícil de tratar. Por isso, antes de pedir ao seu médico um comprimido, converse com ele sobre o seu sono e sobre como anda a sua vida. É bem provável que ele descubra uma maneira de tratar isso sem que seja preciso uma pílula para dormir.
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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