O dólar fechou em firme alta ante o real hoje (16), acima de R$ 4 pela primeira vez em sete meses e meio, com a moeda brasileira consolidando o fim de seu rali pós-eleição, conforme investidores incorporam mais risco diante da piora de perspectiva para a agenda de reformas.
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A moeda norte-americana rompeu a barreira dos R$ 4 ainda pela manhã. Mas, diferentemente de outros pregões, a disparada para esse nível não atraiu fluxo relevante de tesourarias bancárias e exportadores na ponta de venda.
Com a típica queda de volumes durante a tarde e sem oferta de moeda no mercado, o dólar teve espaço livre para continuar a escalada, em sintonia com um dia negativo para os mercados brasileiros em geral.
Os juros tiveram a maior alta em quase dois meses, e o Ibovespa chegou a perder os 90 mil pontos na última hora de negócios.
Na máxima do dia, o dólar bateu R$ 4,0425, com valorização de 1,16%. O fechamento não foi muito menor. O dólar à vista terminou a sessão em alta de 1,01%, a R$ 4,0366 na venda. Na B3, o dólar futuro subia 1,00%, a R$ 4,0485.
“Não dá mais para dizer que esse patamar está ‘torto’. O nível de risco aumentou, e o mercado se ajusta a isso. É reação à piora de fundamento”, disse Ronaldo Patah, estrategista de investimentos do UBS Wealth Management.
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Além do cenário externo mais conturbado, o câmbio tem reagido à deterioração do cenário local, com rebaixamentos sequenciais nas projeções para a economia em meio a frequentes reveses na articulação política do governo.
A confiança do mercado após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em outubro do ano passado, levou o dólar a uma mínima em torno de R$ 3,65 no fim do último mês de janeiro.
Desde então, contudo, o Executivo tem acumulado derrotas no Congresso, sem uma base consolidada e com ameaças persistentes de diluição adicional da proposta da reforma da Previdência.
Como resultado, a moeda norte-americana anulou toda a queda vista após a eleição de Bolsonaro. E, desde a mínima deste ano, já sobe 10,33%.
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Citando o ambiente piorado para as negociações em prol da reforma da Previdência, o Bank of America Merrill Lynch aumentou nesta quinta-feira a estimativa para o dólar ao fim do ano. O banco agora espera taxa de R$ 3,80 ao término de 2019, ante prognóstico anterior de R$ 3,60.
“Crescimento menor, juros mais baixos, real mais fraco”, resumiu em nota equipe de estrategistas do BofA.
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