As medidas de isolamento social tomadas para enfrentar a pandemia do coronavírus em meados de março ampliaram um cenário já adverso para a Cielo, cujo resultado do primeiro trimestre mostrou nova derrocada do lucro.
Maior empresa de pagamentos eletrônicos do país, a Cielo anunciou ontem (28) que seu lucro de janeiro a março somou R$ 166,8 milhões, queda de 69,4% em relação a igual período de 2019. Na comparação sequencial, o recuo foi de 24,6%.
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O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de janeiro a março somou R$ 573,9 milhões, queda de 30,7% ano a ano e de 13,3% ante o quarto trimestre de 2019.
Há cerca de uma década já enfrentando pressão nas margens, na esteira de entrada de dezenas de concorrentes no mercado de pagamentos, a companhia controlada por Bradesco e Banco do Brasil afirmou ter sido afetada pela forte queda na atividade econômica em função da pandemia.
O volume financeiro de operações pagas por meio da Cielo somou R$ 159,8 bilhões no trimestre, recuo de 16% na base sequencial, mas alta de 1,9% ano a ano. Segundo a empresa, o número refletiu a combinação de fatores sazonais, os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus e o aumento nos descontos sobre alugueis de terminais a clientes.
“Como o desempenho operacional e financeiro da Cielo tem forte dependência do consumo nacional e consequentemente do volume de transações no mercado de cartões, a sociedade espera um impacto relevante em seus resultados de 2020, em particular a partir do 2º trimestre, a afetar as três principais linhas de receita (receita de comissão, de aluguel de terminais de pagamentos e de aquisição de recebíveis”, afirmou a empresa.
A líder de mercado de pagamentos enfrenta crescente desconfiança do investidor sobre o futuro, com as ações perdendo metade do valor em 2020 (o Ibovespa caiu 30% no período).
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Para lidar com o atual ambiente, a Cielo informou que seu conselho de administração da empresa aprovou mudar a periodicidade do pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio de 2020, de trimestral para anual.
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