5 melhores chairmen do Brasil em 2015

Do Grupo Boticário ao Itaú Unibanco, estes nomes têm em comum um novo jeito de liderar

Quem são os melhores gestores de empresas do país? Para responder a essa pergunta, FORBES Brasil encaminhou um questionário a 18 especialistas, incluindo consultorias, especialistas em governança corporativa e outras empresas que, de uma forma ou de outra, estão informadas sobre o comportamento das empresas e de seus líderes.

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Os votos (secretos) trouxe uma lista de cinco presidente de conselho. Veja na galeria de fotos:

  • Abilio Diniz

    Empresa: BRF

    “Eu não tenho sonho não realizado, senão teria realizado”, afirmou Abilio Diniz, no final de 2014, em uma entrevista exclusiva à FORBES Brasil. A frase, emblemática, define bem o estilo determinado, disciplinado e agressivo de um dos mais admirados e comentados empresários brasileiros. Após perder o controle do Grupo
    Pão de Açúcar e deixar o negócio, Diniz deu a volta por cima e surpreendeu o mercado ao comprar ações da BRF, companhia resultante da fusão da Sadia com a Perdigão.

    Em pouco tempo, foi eleito presidente do conselho de administração da gigante dos alimentos e deu início a uma revolução marcada pela chegada de Cláudio Galeazzi, o famoso CEO da reestruturação, à companhia. Mudanças importantes foram feitas na operação e, cerca de dois anos depois, o lucro da BRF explodiu. Para quem pensa que Diniz parou por aí, outra surpresa chacoalhou o mercado. O empresário que se fez no varejo supermercadista comprou, nos últimos meses, 2,4% das ações do francês Carrefour e ganhou um assento no conselho da filial brasileira.

    No dia 9 de abril, uma novidade: o empresário dobrou sua participação, passando a deter 5,07% do capital social do Carrefour S.A. O movimento foi feito por sua Península (investment office da família de Diniz, que administra mais de R$ 10 bilhões em ativos), que hoje ocupa a posição de quarto maior acionista da companhia francesa, após os grupos Arnault e Motier (família Moulin) e do fundo de investimento Colony Capital. Há quem diga que a ambição de Diniz não para por aí, embora a Península garanta não ter a intenção de aumentar ainda mais sua participação no Carrefour S.A. Será?

    Como já disse Diniz à FORBES Brasil, “não basta ser good, tem que ser great. Menos desculpas e mais ações. No meu vocabulário não existe a frase ‘não dá para ser bom em tudo’”, garantiu o empresário há mais de dez anos longe de cargos executivos. Mas, como o mercado mesmo presenciou, mais ativo do que nunca.

  • André Esteves

    Empresa: BTG Pactual

    A sigla BTG significa Banking and Trading Group. Porém, mais de uma vez o chairman e também CEO da instituição, André Esteves, brincou que na verdade tais letras são as iniciais da frase “Better Than Goldman” – ou seja, “Melhor que o Goldman”. No caso, a referência é ao americano Goldman Sachs, considerado o mais importante banco de investimentos do mundo. De fato, o BTG Pactual (nome completo da empresa) é hoje o maior banco de investimentos independente da América Latina e só tem feito crescer desde setembro de 2009, quando Esteves e outros executivos o criaram em sua forma atual.

    Nascido em 1969 no Rio de Janeiro em uma família de classe média, Esteves formou-se em ciências da computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu estilo de gestão baseia-se sobretudo no conceito de meritocracia: os maiores ganhos de seus funcionários geralmente não vêm dos salários, mas de bônus periódicos atrelados à geração de resultados. Aqueles que mais se destacam viram sócios do banco. Esteves já definiu no passado o BTG nos seguintes termos: “Nosso papel é ser o óleo da engrenagem da economia brasileira”.

    Depois de ter chegado à condição de bilionário antes dos 40 anos, o executivo enfrenta hoje aquele que talvez seja o maior desafio de sua carreira: superar as dificuldades da economia do país e, principalmente, os impactos que a crise do setor de óleo e gás possam ter nos números de seu grupo. Ele, porém, não se abala (“Quem investe em exploração de petróleo tem de estar preparado para altos retornos e eventuais decepções”, disse certa vez).

    Agora, todos os olhos do mundo das finanças nacionais estão voltados para Esteves, à espera de que, mais uma vez, ele os surpreenda.

  • MIguel Krigsner

    Empresa: Grupo Boticário

    De fala doce e olhar sereno, o empresário Miguel Krigsner, 65 anos, não poderia ter enveredado por outro setor que não fosse o da beleza. Fundador da marca O Boticário e hoje presidente do conselho de administração do Grupo Boticário (negócio composto por quatro marcas: O Boticário, Eudora, quem disse, Berenice? e The Beauty Box), Miguel nasceu em La Paz, na Bolívia, é formado em farmácia e bioquímica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
    e um visionário. Desde cedo prestava mais atenção nas mulheres que a média dos homens e acabou virando o maior vendedor de perfumes do país.

    Dizem que ele fundou uma pequena farmácia de manipulação no centro de Curitiba (PR)
    com apenas US$ 3 mil, que tiveram que ser emprestados de um tio.
    E essa é parte da história por trás da criação de fragrâncias históricas como Acqua Fresca e Thaty, de O Boticário, que ganharam o país com a ajuda de um modelo de expansão de lojas por franquias. Hoje são cerca de 3,9 mil pontos de vendas espalhados por mais de 1,7 mil municípios em todo território nacional e presença em oito países.

    Em 2010, quando O Boticário completou 33 anos de existência, Krigsner deu um importante passo para o negócio: foi além da marca-mãe e resolveu transformar a empresa de uma marca só em um grupo. Isso resultou na construção de novas bandeiras e na entrada até no modelo de vendas diretas.

    Hoje, são várias marcas e linhas em desenvolvimento e cerca de 7 mil funcionários que atuam no Paraná, em São Paulo e na Bahia. O presidente-executivo do grupo hoje é Artur Grynbaum.

    Como chairman, Krigsner consegue dividir seu tempo entre questões poéticas e racionais. Enquanto mergulha no universo dos aromas e dos desenhos de embalagens, não descuida dos números do grupo, que cresceu 16% em 2014, fechando o ano com receita de R$ 9,3 bilhões.

  • Pedro Luiz Barreiros

    Empresa: Totvs

    Ele é formado em engenharia de produção pela Escola Politécnica da USP e em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em uma companhia de cosméticos, a Natura, construiu sua carreira; e é na qualidade de chairman da maior fabricante brasileira de softwares empresariais, a Totvs, que Pedro Passos foi escolhido por FORBES Brasil como um dos melhores presidentes de conselho do país.

    “A razão de ser da Totvs é o cliente, para quem fornecemos soluções e plataformas inovadoras e globais, que o conectam com os desafios do nosso tempo. Em seu conselho de administração, meu papel é analisar políticas e estratégias para a companhia, estabelecendo as diretrizes básicas à ação executiva”, diz Passos.

    Embora hoje se destaque em um grupo de TI, ele não se esquece de suas origens profissionais: “Construí boa parte de minha trajetória na Natura. Lá tive a oportunidade de trabalhar com profissionais admiráveis, e junto com eles formei uma rede de pessoas conectadas pelo interesse comum de erguer um futuro diferente – um mundo equilibrado, com uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária. Tínhamos um sonho grande, nos permitimos o risco, erramos algumas vezes, acertamos em tantas outras e sempre apostamos fortemente no Brasil”.

    O executivo comanda o conselho da Totvs desde 2013 — mas não só: em 2009 tornou-se presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e também em 2013 assumiu a liderança da Fundação SOS Mata Atlântica. Questionado sobre as melhores características da Totvs, Passos responde: “A força da inovação e o empreendedorismo de seus criadores.

    A companhia aposta em líderes antenados com o espírito de seu tempo, comprometidos e abertos para riscos”. E o executivo arremata: “Tem sido gratificante em minha carreira poder colaborar com empresas importantes do cenário brasileiro, e também com instituições do terceiro setor que atuam na construção de um país melhor”.

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Abilio Diniz

Empresa: BRF

“Eu não tenho sonho não realizado, senão teria realizado”, afirmou Abilio Diniz, no final de 2014, em uma entrevista exclusiva à FORBES Brasil. A frase, emblemática, define bem o estilo determinado, disciplinado e agressivo de um dos mais admirados e comentados empresários brasileiros. Após perder o controle do Grupo
Pão de Açúcar e deixar o negócio, Diniz deu a volta por cima e surpreendeu o mercado ao comprar ações da BRF, companhia resultante da fusão da Sadia com a Perdigão.

Em pouco tempo, foi eleito presidente do conselho de administração da gigante dos alimentos e deu início a uma revolução marcada pela chegada de Cláudio Galeazzi, o famoso CEO da reestruturação, à companhia. Mudanças importantes foram feitas na operação e, cerca de dois anos depois, o lucro da BRF explodiu. Para quem pensa que Diniz parou por aí, outra surpresa chacoalhou o mercado. O empresário que se fez no varejo supermercadista comprou, nos últimos meses, 2,4% das ações do francês Carrefour e ganhou um assento no conselho da filial brasileira.

No dia 9 de abril, uma novidade: o empresário dobrou sua participação, passando a deter 5,07% do capital social do Carrefour S.A. O movimento foi feito por sua Península (investment office da família de Diniz, que administra mais de R$ 10 bilhões em ativos), que hoje ocupa a posição de quarto maior acionista da companhia francesa, após os grupos Arnault e Motier (família Moulin) e do fundo de investimento Colony Capital. Há quem diga que a ambição de Diniz não para por aí, embora a Península garanta não ter a intenção de aumentar ainda mais sua participação no Carrefour S.A. Será?

Como já disse Diniz à FORBES Brasil, “não basta ser good, tem que ser great. Menos desculpas e mais ações. No meu vocabulário não existe a frase ‘não dá para ser bom em tudo’”, garantiu o empresário há mais de dez anos longe de cargos executivos. Mas, como o mercado mesmo presenciou, mais ativo do que nunca.


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