Os maiores erros de CEOs em 2015

Petrobras e Yahoo! estão entre as gigantes com problemas de grande repercussão

Redação
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No decorrer do ano de 2015, CEOs de empresas gigantes cometeram erros de enorme repercussão. O presidente da Turing Pharmaceuticals, por exemplo, elevou o preço de alguns de seus medicamentos capazes de salvar vidas afim de arrecadar 5.000%. A Petrobras, por sua vez, tem grande parte de seus executivos acusados de participar de um esquema de suborno que desestabilizou a economia de todo o país. E estes são apenas dois exemplos.

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Seis em cada dez CEOs ainda mantém seus cargos, mesmo após cometerem erros e ainda por cima não os admitir. Quase todos os nomes selecionados à lista FORBES estão aqui por sua conduta ao longo dos anos e não só por 2015. Sydney Finkelstein, da Tuck School Dartmouth of Business, Jeffrey Sonnenfeld, professor da Yale School of Management, e Harry Kraemer, ex-CEO da fabricante de medicamentos Baxter International e professor da Kellogg School of Management, em Chicago, ajudaram na seleção disponível na galeria de fotos abaixo. Veja:

EM VÍDEO: Os maiores erros de CEOs em 2015

  • Martin Shkreli, CEO da Turing Pharmaceuticals

    Em setembro de 2015, o ex-CEO da Turing Pharmaceuticals, de 32 anos, tornou-se garoto propaganda da companhia por simples ganância. Isso depois de aumentar o preço de uma droga que a mais de uma década é capaz de salvar vidas. De US$13,50 a pirimetamina passou a custar US$ 750.

    No dia 17 de dezembro do ano passado, ele foi indiciado por fraude nos fundos de investimento que previamente comandou. Retrophin, empresa que comprava os remédios por ele produzido o acusou de usar a companhia como um banco pessoal, simplesmente para enriquecer.

    Shkreli renunciou ao cargo de CEO da Turing em 18 de dezembro. Ele ainda é CEO da KaloBios, uma empresa farmacêutica que adquiriu em novembro, a partir de uma compra de 70% do estoque.

  • Michael Pearson, CEO da Valeant

    As ações da fabricante de medicamentos despencaram de US$262, em agosto, para US$70, em novembro, e Pearson, que se tornou CEO em 2010, não é mais um bilionário. Ele adquiriu grande parte da empresa e não poderá se livrar dela até 2017.

    Sua estratégia para abandonar a companhia foi comprar outros fabricantes e aumentar os preços dos produtos – ele elevou o valor de um antigo remédio para o coração, Isuprel, em 500%. Quando finalmente assistiu o fim de seus estoques, um de seus funcionários denunciou que as vendas dos produtos eram falsas e que a quantidade de produtos entregues aos varejistas era maior do que a permitida. Foi então que se começou a estudar o caso de fraude da Valeant, que nega qualquer acusação.

    Promotores de Boston e Manhattan (grandes cidades dos Estados Unidos), procuram informações sobre os programas financeiros da Valeant, assim como acompanham seus preços, assistência dada aos clientes e métodos de distribuição. Em outubro de 2015, o New York Times, importante veículo de comunicação norte-americano, deu como manchete “Será a Valeant a próxima Enron?” e comparou Valeant com a antiga gigantesca companhia de energia norte-americana, Enron, que, além de empregar 21.000 pessoas, tinha faturamento aproximado de US$ 101 bilhões, mas foi encontrada, pelas dezenas de investigações criminais governamentais contra seus diretores, em 2001, com 25 bilhões em dívidas.

  • Maria das Graças Silva Foster, ex-CEO da Petrobras

    Em fevereiro de 2015, Maria das Graças, que cresceu em uma favela do Rio de Janeiro e vendia latinhas de alumínio para bancar seus estudos, saiu do cargo de presidente da Petrobras, mesmo depois de trabalhar por 30 anos na gigante do petróleo. Produtores afirmam que, depois de 2004, grandes construtoras pagaram US$ 23 bilhões em troca de contratos com a empresa e ainda acusam a companhia de fraude econômica e financiamento político.

    Graça Foster não teve muito incômodo, mas seus investidores não acreditaram mais em sua liderança, dado que o escândalo danificou toda a economia brasileira, além de ter feito muitos funcionários da maior petroleira perderem o emprego.

  • Elizabeth Holmes, CEO da Theranos

    Foi colocada em questão a credibilidade dos resultados dos exames de sangue da fundação diagnóstica Theranos, fundada em 2003, por Holmes, segunda bilionária jovem, depois de Mark Zuckerberg. Isso tudo por meio de ex-funcionários e fornecedores descontentes e jornalistas, como John Carreyrou, do Wall Street Journal, que Holmes afirma escrever matérias com viés contrário a empresa.

    Apesar das acusações de que a empresa teria feito mais de 200 testes alterados serem negadas, nenhum deles foi tornado público ou refeito. A principal acusação partiu da rede cliente Walgreens, o que pode interferir em peso na saúde da população norte-americana.

    Theranos é composta por um impressionante grupo de profissionais, como os secretários de Estado Henry Kissinger e George Shultz, o ex-secretário de Defesa William Perry, os ex-senadores Sam Nunn e Bill Frist, o general James Mattis, e o almirante Gary Roughead. Esse time é também um dos motivos para que a desconfiança sobre a empresa aconteça.

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  • Marissa Mayer, CEO do Yahoo

    Embora o portal, que tem 20 anos de existência, já estivesse em má forma quando o Google assumiu o comando das buscas online, em 2012, a empresa agora vai de mal a pior e é péssima quanto a avaliação no mercado.
    Uma série de grandes executivos contratados deixaram a empresa e Mayer não conseguiu substituir ou superar o talento de nenhum deles. Em janeiro, ela perdeu Henrique De Castro para o Google, diretor de operações no Yahoo! há 15 meses. Este embolsou aproximadamente US$ 109 milhões só com indenizações.
    Mayer gastou US$ 3 bilhões em apenas uma aquisição: Tumblr. A compra ultrapassou outras redes sociais que, antes de subirem o preço, prometiam ser muito mais lucrativas, como Snapchat e Netflix.

    Durante sua gravidez e após o nascimento de seu filho e das gêmeas, a CEO anunciou que planejava tirar um tempo ilimitado para ficar com os herdeiros. A decisão não pegou bem, principalmente junto aos funcionários do Yahoo!.

  • Martin Winterkorn, ex-CEO da Volkswagen

    Em setembro de 2015, as autoridades ambientais norte-americanas revelaram que a maior montadora automotiva do mundo havia instalado softwares em seus carros a diesel e estes manipulavam os testes de emissão. Posteriormente, a Volkswagen admitiu que foram 11 milhões de unidades alteradas.

    Quando Winterkorn pediu demissão, no dia 23 de setembro de 2015, aceitou a responsabilidade, mas não admitiu o erro. Mas alguns promotores alemães investigaram o caso e descobriram outros executivos da VW que cometeram a fraude.

  • Shigehisa Takada, CEO da Takata Corp.

    Os defeituosos airbags da fabricante japonesa Takata causaram oito mortes e centenas de feridos há mais de uma década, mas a CEO esperou até junho de 2015 para fazer um pedido de desculpas.

    Os acionistas não ficaram felizes por ainda terem que aguardar a conclusão do julgamento do caso dos airbags. Afinal de contas, apenas nos Estados Unidos, pelo menos 34 milhões de carros foram recolhidos.

    Depois que Takada chegou a um acordo com o Departamento de Transportes dos EUA, o secretário da área, Anthony Foxx, referiu-se em um comunicado a Takata como quem “construiu e vendeu produtos defeituosos, se recusou a reconhecer o defeito, e não conseguiu fornecer informações completas às autoridades, aos seus clientes, ou ao público”.

  • Jeffery Smisek, ex-CEO da United Continental Holdings

    O antigo presidente da Continental Airlines faturou a United depois de uma mega fusão entre as duas companhias aéreas, em 2010. A United, porém, teve um fraco desempenho desde que o acordo foi feito. Em julho de 2015, centenas de voos foram cancelados depois de uma enorme falha no sistema de reservas de assentos.

    Em setembro de 2015, a renúncia de Smisek aconteceu depois do início das investigações sobre o ex-CEO dos portos de Nova York e Nova Jersey, que sempre atuou em parceria com a United.
    O veículo norte-americano, Bloomberg, informou que Smisek terá que pagar, pelo menos, US$28,6 milhões, em caso de separação.

  • Sean Rad, CEO do Tinder

    Em novembro de 2015, Rad, de 29 anos e co-fundador do app de namoro, Tinder, deu uma entrevista curiosa ao jornal norte-americano Evening British Standard, um dia antes de um fundo de investimentos fazer uma proposta à companhia. Nela, o CEO admitiu ser viciado no Tinder, dizendo “a cada duas semanas se apaixonar por uma menina diferente”. Ele também revelou perder a virgindade aos 17 anos, ter dormido com um total de 20 mulheres e receber mais de 20 mensagens diárias de sua mãe. Rad também utilizou a palavra “sodomia” para descrever a atração por uma mulher intelectual.

Martin Shkreli, CEO da Turing Pharmaceuticals

Em setembro de 2015, o ex-CEO da Turing Pharmaceuticals, de 32 anos, tornou-se garoto propaganda da companhia por simples ganância. Isso depois de aumentar o preço de uma droga que a mais de uma década é capaz de salvar vidas. De US$13,50 a pirimetamina passou a custar US$ 750.

No dia 17 de dezembro do ano passado, ele foi indiciado por fraude nos fundos de investimento que previamente comandou. Retrophin, empresa que comprava os remédios por ele produzido o acusou de usar a companhia como um banco pessoal, simplesmente para enriquecer.

Shkreli renunciou ao cargo de CEO da Turing em 18 de dezembro. Ele ainda é CEO da KaloBios, uma empresa farmacêutica que adquiriu em novembro, a partir de uma compra de 70% do estoque.

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