Durante 90 minutos, em um típico debate vice-presidencial em outubro, a senadora Harris e o vice-presidente Mike Pence se contradisseram, responderam às perguntas dos moderadores de forma seletiva e interromperam um ao outro, sendo que Pence fez isso duas vezes mais do que Kamala. “Senhor vice-presidente”, dizia Kamala a cada interrupção, “eu estou falando.”
A resposta rendeu milhares de memes (e até algumas camisetas), mas também se tornou um mobilizador para mulheres pelos EUA. Um mês após o debate, Kamala se tornou a primeira mulher negra de ascendência asiática a ser eleita vice-presidente dos Estados Unidos, um feito único para a senadora da Califórnia.
A rápida ascensão na política norte-americana também lançou Kamala à lista da Forbes das “100 Mulheres Mais Poderosas do Mundo” pela primeira vez. Ela estreia em terceiro lugar, logo após a chanceler alemã, Angela Merkel (listada em primeiro lugar pelo décimo ano consecutivo), e a chefe do Banco Central Europeu, Christine Lagarde (segunda na lista há dois anos).
As mulheres na 17ª lista anual da Forbes vêm de 30 países e pertencem a quatro gerações diferentes. A lista completa, com 100 nomes, conta com 10 chefes de estado, 38 CEOs e cinco celebridades. E, embora existam diferenças de idade, nacionalidade e função, essas mulheres estão unidas pela forma como usaram os recursos disponíveis para enfrentar os desafios de 2020. Muitas delas foram mundialmente aclamadas por suas respostas eficientes contra a Covid-19. Jacinda Ardern, primeira ministra da Nova Zelândia (n°32 na lista) derrotou a primeira e segunda ondas do vírus em seu país, ao implementar um lockdown rígido e regras de quarentena rigorosas. Tsai Ing-wen (n°37), presidente de Taiwan, implementou um rigoroso programa de rastreamento de contato e, como resultado, uma ilha com 23 milhões de pessoas perdeu apenas sete vidas para o vírus.
Como a primeira ministra norueguesa, Erna Solberg (n°52), disse durante uma conferência global em novembro: “Países democráticos onde os direitos humanos são respeitados e onde mulheres conseguem alcançar posições na sociedade, são os mesmos países que melhor lidam com crises causadas pela Covid-19”.
Em um ano marcado por protestos e agitações políticas ao redor do mundo, poucas pessoas usaram de forma correta seu poder de influência, como fez Stacey Abrams (n°10), fundadora da Fair Fight e defensora do direito ao voto. Ao apoiar cerca de 800 mil registros de votos no estado da Geórgia, ela ajudou uma candidata à presidência democrata a vencer em seu estado pela primeira vez após 28 anos. No entanto, Stacey afirma que seu trabalho ainda não está completo. Ela diz que se deu “17 minutos” de celebração antes de voltar sua atenção para as eleições do Senado da Geórgia, que acontecem em janeiro. Mas, é devido a esse trabalho contínuo e o de tantas outras mulheres como ela, que as palavras da próxima vice-presidente norte-americana se tornarão realidade. Em novembro, Kamala disse: “Eu sou a primeira mulher nesta posição, mas não serei a última”.
Pelo segundo ano consecutivo, Andrea Marques de Almeida, CFO da Petrobras, é a única brasileira da lista das mulheres mais poderosas do mundo da Forbes, na 77ª posição do ranking –a mesma do ano passado. A executiva, que atuou por 25 anos na Vale, assumiu em março de 2019 a diretoria financeira da petroleira, com a missão de resgatar a confiança dos investidores abalada pela crise de corrupção exposta pela Operação Lava Jato.
Veja, na galeria de imagens a seguir, as 15 mulheres mais poderosas do mundo da Forbes, além de Andrea:
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