Estée Lauder amplia operação no Brasil

25 de janeiro de 2015

Formada na Wharton School, a famosa escola de administração americana, com MBA em Harvard e um currículo poderoso que inclui longas passagens por grandes companhias americanas de consumo como Toys “R” Us (brinquedos), Victoria’s Secret (lingerie), Boston Consulting Group (consultoria focada em consumo) e Estée Lauder Companies (gigante da beleza de prestígio que encerrou o ano fiscal de 2014 com receita de
US$ 10,7 bilhões), a paulistana Paula Pontes, de 41 anos, é um exemplo real de brasileiro que conseguiu triunfar em Nova York.

Foi na Big Apple que ela morou metade de sua vida e construiu sua ascendente carreira. Ela deixou o Brasil aos 18 anos e só retornou aos 39 para presidir a Estée Lauder por aqui. Como toda mulher, adora cosméticos e conhece profundamente o mercado, os hábitos do consumidor e seus desejos. “Minha carreira toda foi focada na área de bens de consumo e varejo. Na Victoria’s Secret, por exemplo, atuei como vice-presidente de inovação de sutiãs, o que envolvia trabalhar muito com novos materiais e tecnologias.”

Após acumular uma série de bons resultados na matriz, como o processo de liderança da aquisição da famosa marca de maquiagens Smasbox, de Los Angeles, ela mudou-se para a maior cidade da Califórnia com o objetivo de “arrumar a casa” e integrá-la à nova controladora. Em seguida, Paula foi convidada a assumir a presidência da Estée Lauder Companies no Brasil. Voltou não pelo simples desejo de retornar à pátria, mas por enxergar o grande potencial do país dentro do grupo. “A consumidora brasileira é importante para nós globalmente, pois ela compra muito em Nova York, Miami e nas lojas duty free.”

À sua disposição, Paula tem todas as 30 marcas de cosméticos do grupo. Ou seja: inovação e produto não faltam quando a tarefa é transformar o Brasil em um mercado robusto para a Estée Lauder, dona da Clinique (a queridinha das mulheres em tratamentos faciais), M.A.C (referência em maquiagem) e várias marcas de perfumes como Tommy Hilfiger, Donna Karan, Michael Kors e Zegna. Para 2015, Paula promete trazer novas marcas ao Brasil – provavelmente para os cabelos.

“Nosso grande papel na filial é desenvolver uma estratégia local baseada na estratégia global. Estamos expandindo para as áreas onde está a consumidora brasileira, que não é mais apenas o Rio de Janeiro e São Paulo. Já temos lojas em todas as regiões brasileiras e continuamos crescendo. Em breve chegaremos a Manaus.”

No momento, a Estée Lauder tem 41 lojas da M.A.C em operação no Brasil e 11 da Clinique, além do e-commerce de ambas as marcas. Estrategista, a executiva promoveu no ano passado uma redução de preços dos batons importados da M.A.C, o carro-chefe da marca, de R$ 79 para R$ 66. “Apostamos no volume para recrutarmos mais consumidores.” Com a Clinique também houve uma revisão (para baixo) no preço do sistema três passos (de limpeza, esfoliação e hidratação facial). “Investimos no brasileiro para crescer. A participação das marcas de prestígio no mercado de beleza nacional ainda é pequena.”