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Salles e Fraga recém-chegaram e detêm, respectivamente, 6,10% e 5,32% do negócio hoje presidido por Fabio Hering, da quinta geração da família. Aos 57 anos e CEO desde 2009, ele acumula 34 anos de companhia e uma média de 12 horas de trabalho por dia. Seu tio, Ivo Hering, é o presidente do conselho de administração.
Desde 2007, quando a empresa foi ao mercado fazer uma nova oferta de ações, o chamado re-IPO, os Hering deixaram o controle do negócio, mas não sua gestão. Hoje, eles são os maiores acionistas, com 25% do capital, e continuam no comando da empresa.
Mas o que explica o interesse de tanta gente na Cia. Hering, uma vez que seu desempenho ao longo de 2015 não foi dos melhores? Receita estável, margem menor e preço das ações em queda não foram suficientes para afugentar o olhar — e o interesse — de pesos-pesados do capitalismo no negócio. “A queda no valor das ações ocorreu por conta dos resultados. A companhia veio de um ciclo muito forte de crescimento. De 2007 a 2014, multiplicamos seu tamanho em cinco vezes e atingimos a maior margem de rentabilidade do setor, chegando a 29%”, analisa Hering.
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O faturamento saltou de R$ 400 milhões, em 2006, para pouco mais de R$ 2 bilhões, em 2014. Nesse período, houve uma forte expansão no número de lojas Hering Store, de 151 para 620. Já as vendas por metro quadrado/ano também subiram de R$ 11.000 para R$ 23.000. Esse forte crescimento, explica, foi puxado pela inovação, expansão da linha de produtos e aumento do número de coleções — de duas para seis ao ano. “Neste ano, tivemos uma queda desse padrão de rentabilidade acentuada no início de 2015”, analisa Hering.
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Segundo Douglas Carvalho Jr., sócio da Target Advisor, butique de fusões e aquisições, a única empresa que realmente parece ir bem nos últimos tempos é a Renner. “Eles investiram pesado na Camicado, que oferece linhas de cama, mesa e banho, artigos para cozinho e itens para presentes. Hoje em dia, é preciso diversificar. Uma das boas tentativas que enxergo na Hering é a marca Dzarm, que apresenta espaço para crescer”, analisa o especialista que já participou de vários projetos de compras e incorporações de empresas de vestuário.
Ele também aconselha a Cia. Hering a partir para um plano de aquisições. “Ela é um grande nome do mercado. Precisa continuar se reinventando como fez nos últimos tempos”, diz Carvalho Jr. Em entrevista a FORBES Brasil, Hering afirma que a criação ou compra de novas marcas têm sido considerada pela companhia, mas garante que nada é para este ano.
O objetivo é crescer. Só que em um país em recessão, a competição aumenta. Seu concorrente direto? “Não existe um nome específico já que o setor é muito fragmentado e as cinco primeiras companhias do mercado de vestuário não têm nem 10% de market share. Isso acontece até por que nossa área não apresenta barreira de entrada.”