“Viemos para investir a longo prazo”, diz executivo da Jaguar Land Rover

19 de janeiro de 2016

Frank Wittemann (Divulgação)

Às vésperas de inaugurar sua aguardada fábrica em Itatiaia, no sul do Rio de Janeiro, a Jaguar Land Rover não parece muito preocupada com o atual cenário econômico nacional. “Estamos aqui para investir a longo prazo. Sabemos que em um ou dois anos as coisas no Brasil não vão mudar tanto”, afirma Frank Wittemann, futuro presidente da marca para a América Latina e Caribe, que deve assumir em fevereiro.

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O executivo desembarca no país depois de passar oito anos na Rússia (entre Volkswagen e JLR) e quatro meses na China, onde foi responsável por reestruturar as vendas da montadora de luxo inglesa. Sua presença por aqui não é à toa: foram investidos cerca de R$ 750 milhões para a construção da fábrica carioca, com previsão para ser inaugurada ainda neste primeiro semestre, “depois de abril”. Dois modelos já foram confirmados para produção: Range Rover Evoque e o recém-lançado Discovery Sport.

Wittemann, que tem experiência com grandes e instáveis mercados em crescimento, diz acreditar no potencial do Brasil e da região no segmento de luxo, inclusive em tempos de crise. “O mercado premium é o menos afetado porque a possibilidade do comprador é maior, ele não é afetado diretamente.” Além disso, de acordo com o executivo, que admitiu precisar ler mais sobre os negócios internos do país, as projeções negativas para o continente podem mudar. “Não sei exatamente o que acontece na Argentina, por exemplo, mas há a possibilidade de mudança com este novo governo”, analisa.

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“Se você olhar para mercados mais maduros, o segmento de luxo representa uma fatia de 10%. Imagina quando o Brasil atingir este nível. É um mercado grande a ser explorado”, explica Dmitry Kolchanov, diretor de mercados internacionais da marca. Segundo ele, o mercado nacional tem entre 15.000 e 16.000 veículos premium. Witteman afirma, no entanto, que o Brasil ainda é um país caro para a fabricação, por seu tamanho comparado ao volume da demanda.

Outro objetivo da multinacional é reforçar o nome Jaguar, que, historicamente, não tem presença forte no Brasil. “Há alguns anos, eram só duas lojas, no Rio e em São Paulo. Agora, temos muitos pontos de vendas espalhados pelo país”, afirma Kolchanov. Não foi divulgado, no entanto, quando, ou se, a fábrica carioca começará a produzir veículos da marca.