Enquanto Mai Gautier crescia nos arredores de Hanoi, a capital vietnamita arrasada pela guerra do país, arranjar comida sempre nunca foi um grande problema para sua família, ainda que o medo da escassez pairasse sobre todos.
Alguns anos mais tarde, no entanto, quando se casou com o veterinário Patrice Gautier, ela ficou preocupada que a ameaça de o país entrar em uma grande crise de fome começasse para valer. Toda semana, ela comprava no mercado mantimentos de procedência duvidosa e muito longe de serem frescos e a situação piorou quando sua primeira filha nasceu.
“Nós não sabíamos se o que estávamos dando para ela se alimentar poderia ser prejudicial à saúde”, conta.
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No ano de 2005, a siderúrgica Formosa Plastics admitiu ter deixado vazar toneladas de lixo tóxicos em rios do país, causando a morte de peixes e trazendo pânico generalizado ao país já enfraquecido pelos anos de luta contra a miséria que se estenderam após a guerra.
Cansada da situação a qual era submetida desde criança, Mai Gautier resolveu tomar uma atitude para reverter o problema: criou uma startup de rastreamento de produtos.
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Com escritório em Hanoi, a empresa mapeia a procedência de alimentos e bebidas e disponibiliza tudo em seu aplicativo.
A marca oferece, ainda, uma espécie de propaganda gratuita para que fazendeiros registrem suas produções no sistema. Gautier diz que o maior problema, no entanto, é fazer com que as pessoas se preocupem com a procedência de seus alimentos: “As pessoas estão habituadas a ir à feira e comprar suas galinhas vivas. Precisamos educá-las para que saibam que isso não quer dizer que o animal tenha sido bem cuidado antes.”