Aplicativo paga para quem responde a emails

10 de fevereiro de 2017
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Aplicativo dá dinheiro para as pessoas avaliarem produtos, colaborarem com pesquisas, entre outros serviços (iStock)

A grande maioria das pessoas recebe e-mails demais. E as mensagens eletrônicas “roubam” um tempo significativo do trabalho real, além de representarem uma “lista de deveres” imposta pelos outros. Entretanto, apesar disso, os emails fazem com que todos nós sejamos escravos dos nossos aparelhos, sejam smartphones ou computadores. Mas, e se pudéssemos ganhar dinheiro com isso?

Pode parecer bom demais para ser verdade, mas tem um porém: a remuneração é em bitcoin

A startup 21 anunciou o serviço no último dia 2 de fevereiro. Lançado como uma versão beta no meio de janeiro, e disponível para iOS e web (a versão Android será lançado posteriormente), o aplicativo se autodenomina como “um LinkedIn InMail, exceto pelo fato de que você é pago por isso”.

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Pode parecer bom demais para ser verdade, mas tem um porém: a remuneração é em bitcoin. Entretanto, o app está integrado a Coinbase, uma das startups mais capitalizadas do Vale do Silício, que, de modo fácil e seguro, pode transformar os ganhos em dinheiro.

Além disso, com o aplicativo as pessoas podem fazer dinheiro de outras formas, e não apenas respondendo e-mails. Apenas por criar um perfil público, por exemplo, já é possível arrecadar US$ 0,25. Há também a opção de responder pesquisas.

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“Há uma grande demanda de pessoas ao redor do mundo que querem converter seu tempo e informação em dinheiro”, diz Nick Tomaino, investidor de tecnologia da empresa de capital de risco Runa Capital, que escreve sobre tecnologia no “The Control”. “Tem muita gente que precisa e que pode ser ajudada por meio dessa ferramenta.”

Tomaino testou a versão beta por aproximadamente um mês, período em que conseguiu ganhar US$ 70 com atividades como avaliar a última versão da Uber (US$ 10) e analisar produtos (US$ 20). Ele também completou várias pesquisas por valores que variaram de US$ 0,25 a US$ 2 cada.

O aplicativo 21 pode, um dia, invadir o território da Mechanical Turk, da Amazon, um mercado onde as pessoas ao redor do mundo com tempo livre se conectam com desenvolvedores e companhias que precisam executar pequenas tarefas. E deve se tornar ainda mais popular, já que, atualmente, a Mechanical Turk só paga em dólares norte-americanos, rúpias indianas ou cartões de presente da Amazon – sendo que o último é o menos valorizado pelos usuários.

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Entretanto, pelo menos no início, a retribuição monetária por responder email é o foco principal do aplicativo. A empresa deu exemplos de como certas profissões podem se beneficiar do recurso. Engenheiros e designers poderiam responder às mensagens de recrutadores; capitalistas de risco e investidores anjos as dos empreendedores; jornalistas ficariam com os press releases preparados pelo pessoal de relações públicas.

Existe a possibilidade de doar seus ganhos para organizações sem fins lucrativos, entre elas, a Black Girls Code, cujo foco é fornecer educação na área tecnológica para garotas afro-americanas.

O 21, cujo nome deriva do fato de que o Bitcoin tem o limite de 21 milhões de unidades, é uma das empresas mais bem financiadas de todas. Já arrecadou US$ 121 milhões em investimentos de empresas como Andreessen Horowitz, Khosla Ventures e RRE Ventures, e integrantes do Paypal como Peter Thiel, Max Levchin e Naval Ravikant, entre outros.