Graduado em agronomia pela Universidade Federal do Paraná, onde a família começou os negócios, Blairo ajudou o pai (falecido em 2001) a criar o grupo Amaggi, depois que o clã se mudou para o Centro-Oeste, para iniciar o cultivo em áreas inexploradas. Hoje, o ministro é um dos principais acionistas do conglomerado junto com a mãe, Lúcia, os cunhados Itamar Locks e Hugo de Carvalho Ribeiro e a irmã Marli Maggi Pissollo.
Os Maggi chegaram a ser líderes mundiais na produção de soja no início dos anos 1990 e 2000, o que rendeu a Blairo o epíteto de “rei da soja”. Embora o grão dourado tenha dado fama à família e seja sua principal commodity, o gigante do agronegócio também produz milho e algodão.
"Um administrador público não pode fazer nada que não seja previsto em lei; no setor privado nós podemos fazer tudo que não seja proibido por lei", Blairo MaggiEm 2002, entrou como azarão na disputa pelo governo do Mato Grosso pelo PPS e venceu no primeiro turno, com 51% dos votos – um fenômeno semelhante ao que João Doria experimentou na corrida à prefeitura paulistana. Em 2006, reelegeu-se com 63,59% dos votos e trocou de legenda, entrando no PR.
Como governador, o hoje ministro carimbou sua administração com a marca do desenvolvimento econômico do Mato Grosso e da agenda ambiental. Atacado pelos ambientalistas e acusado de desmatamento para o plantio de soja, conseguiu reverter sua imagem ao adotar (no governo e na própria empresa) uma série de medidas para conter a devastação no estado.
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E a mudança de comportamento foi aplicada pelo próprio grupo empresarial do então governador. “Sem a participação ativa do Grupo Amaggi, a moratória da soja não teria saído”, admitiu o pesquisador Daniel Nepstad, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), uma referência em preservação na Região Norte.
Para resguardar as fronteiras da floresta, o governador Maggi também aprimorou a fiscalização e expandiu as áreas protegidas em territórios indígenas. “Estamos trabalhando para produzir de forma correta, fazer as coisas como a lei determina, sem prejudicar o desenvolvimento da economia”, definiu na ocasião, em um evento na Holanda.
Depois de ameaçar largar a política, foi eleito senador em 2010, com 1 milhão de votos válidos. Como senador, assumiu em 2013 a presidência da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle da casa.
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Recentemente, Maggi teve lançada sua candidatura à Presidência da República nas eleições de 2018, pelo PP.
FORBES Brasil: A longa experiência na condução de um negócio do setor primário faz diferença à frente de um Ministério que representa este mesmo setor?
E a expertise como administrador pode ser aproveitada na condução de um cargo público?
Sim. Apesar das diferenças entre a administração pública e privada, temos que modernizar o setor público criando mecanismos que possibilitem ao governo cumprir seu papel, que é de fiscalizador, sem prejudicar o setor privado, incentivando a produção e a geração de emprego e renda. Afinal, quem gera riqueza é o setor privado, não o público.
Quais conceitos de gestão procura aplicar no governo?
É possível aproximar o setor público da eficiência do setor privado?
Acredito que sim, mas para isso é preciso que se modifique toda essa nossa cultura de burocracia, de excesso de papéis e de processos.