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O resultado da companhia, maior produtora global de minério de ferro, foi impactado pela forte desvalorização do real e seu efeito sobre a dívida, afirmou o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, em um vídeo publicado na internet.
A receita operacional líquida somou R$ 23,363 bilhões no segundo trimestre, alta de 8,3% ante o mesmo período do ano passado e queda de 12,6% em relação ao período entre janeiro e março deste ano.
Analistas afirmaram que o Ebitda veio abaixo da expectativa do mercadoJá o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no segundo trimestre foi de R$ 8,834 bilhões, alta de 7,4% ante os R$ 8,228 bilhões registrados um ano antes.
Em relação ao primeiro trimestre, o Ebitda ajustado caiu 34,7%, principalmente devido à queda dos preços do minério de ferro. Entretanto, esse resultado foi parcialmente compensado por maiores volumes de vendas de minério de ferro e carvão.
A Vale destacou que o preço realizado de minério de ferro caiu US$ 24,4 por tonelada, para US$ 51,35 por tonelada, devido à redução de US$ 22,7 por tonelada do indicador Platts IODEX.
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“Como resposta a tais condições de mercado, a partir do segundo semestre, a Vale reduzirá sua produção de produtos de alta sílica em uma taxa anualizada de 19 milhões de toneladas para aumentar a realização de preço, mantendo o guidance de produção de longo prazo limitado a 400 milhões de toneladas por ano”, afirmou no balanço financeiro o diretor-executivo de minério de ferro e carvão, Peter Poppinga.
Com isso, a empresa acumulou estoques de 5,3 milhões de toneladas no exterior para suportar níveis mais altos de atividades de blendagem, especialmente nos 11 portos da China onde a empresa já realiza misturas.
“Mas o mais importante foi que a geração de caixa foi muito forte no trimestre e pagamos US$ 1,5 bilhão em dividendos e ainda assim reduzimos a dívida em mais de US$ 650 milhões”, afirmou Siani.
Entretanto, analistas do Jefferies destacaram que a desalavancagem da empresa está lenta.
GERAÇÃO DE CAIXA E DÍVIDA
A geração de caixa livre foi de US$ 2,151 bilhões entre abril e junho, apesar da forte queda do minério de ferro. A Vale afirmou no seu resultado que no final de 2017 atingirá um nível de alavancagem confortável.
A dívida líquida da empresa foi de US$ 22,122 bilhões no fim do segundo trimestre, ante US$ 22,777 bilhões no primeiro trimestre e US$ 27,508 bilhões no segundo trimestre de 2016.
“Para o futuro, os resultados devem melhorar ainda mais, uma vez que o S11D, nosso principal projeto, está aumentando sua produção gradativamente”, disse Siani.
O projeto S11D, em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, entrou em operação comercial no início deste ano e contribuiu com um forte resultado para a produção da empresa.
A mineradora produziu no segundo trimestre 91,849 milhões de toneladas, alta de 5,8% ante o mesmo período do ano passado, principalmente devido à aceleração das atividades na mina S11D.
O segmento de minerais ferrosos representou cerca de 95% do total investido na execução de projetos no segundo trimestre, detalhou a empresa.
A empresa destacou que uma redução contínua dos investimentos poderá resultar em um aumento do fluxo de caixa livre, mesmo em um ambiente de preços baixos. O fluxo de caixa livre foi de US$ 2,151 bilhões no segundo trimestre.
O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, destacou em nota que “um forte foco na execução continuará a impulsionar o fluxo de caixa”.