Bunge tem lucro 34% menor no 2º trimestre

2 de agosto de 2017
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A empresa vendeu 36,2 milhões de toneladas de grãos e outras commodities em seu segmento de agronegócio (iStock)

A trader norte-americana Bunge divulgou nesta quarta-feira (2) queda de 34% no lucro do segundo trimestre, com vendas mais lentas de produtores na América do Sul prejudicando as margens de seu principal segmento de agronegócio, embora tenha projetado um segundo semestre melhor.

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Os últimos resultados vieram em linha com as estimativas mais baixas de Wall Street, depois que a empresa alertou no mês passado sua diretriz para o trimestre.

Apesar da previsão mais favorável para o resto do ano, a Bunge baixou pelo segundo trimestre consecutivo a estimativa de ganhos do ano inteiro para suas unidades de agronegócio e de alimentos e ingredientes. “Estamos otimistas quanto a uma segunda metade do ano melhor, mas algumas turbulências de mercado persistirão”, afirmou o presidente-executivo da Bunge, Soren Schroder.

A Bunge apresentou um plano de corte de custos e de reestruturação que reduzirá os gastos em US$ 250 milhões até o fim de 2019

A empresa faz parte do chamado ABCD de tradings gigantes, ao lado de Archer Daniels Midland (ADM), Cargill e Louis Dreyfus Company.

A Bunge, que chegou a receber uma oferta de aquisição por parte da Glencore em maio, após um primeiro trimestre fraco, apresentou um plano de corte de custos e de reestruturação que reduzirá os gastos em US$ 250 milhões até o fim de 2019.

O segundo trimestre foi marcado pela venda lenta de agricultores na América do Sul e um mercado de exportação difícil, como um amplo estoque global de grãos e compras minguadas de importadores limitando as oportunidades comerciais.

A empresa vendeu 36,2 milhões de toneladas de grãos e outras commodities em seu segmento de agronegócio, mas o lucro bruto do negócio caiu mais da metade, para US$ 157 milhões.

O lucro líquido atribuível a acionistas caiu para US$ 72 milhões, ou US$ 0,51 por ação no segundo trimestre, ante US$ 109 milhões, ou US$ 0,78 por ação, um ano antes.

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Excluindo itens extraordinários, a companhia lucrou US$ 0,17 por ação, em linha com a expectativa média de analistas em pesquisa da Thomson Reuters I/B/E/S.

A receita líquida, por sua vez, cresceu 10,5%, para US$ 11,65 bilhões.

Na quarta-feira, a empresa reduziu sua estimativa de lucro do agronegócio no ano para cifras entre US$ 550 milhões e US$ 650 milhões, ante US$ 800 milhões a US$ 925 milhões no primeiro trimestre. A previsão de lucro para o negócio de alimentos e ingredientes foi reduzida para entre US$ 210 milhões e US$ 230 milhões, ante US$ 245 milhões e US$ 265 milhões.

Melhor caminho

Ao ser questionado se a venda da companhia é uma possibilidade, Schroder disse que “avaliará o melhor caminho” para a empresa tendo os acionistas em mente.

Durante teleconferência com analistas, ele afirmou que não há nenhuma pressão sobre a Bunge, que chegou a ser sondada pela rival Glencore em maio.