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O prejuízo líquido de 2017 foi de R$ 446 milhões ante R$ 14,824 bilhões do ano anterior, ainda fortemente impactado por efeitos não recorrentes relacionados ao escândalo de corrupção que envolveu a petroleira nos últimos anos.
Tais efeitos impactaram fortemente também o resultado do quarto trimestre, que fechou com um prejuízo líquido de R$ 5,477 bilhões, ante lucro de R$ 2,5 bilhões no mesmo período do ano anterior.
“A ‘class action’ tem efeito no resultado, mas foi importante para eliminar incertezas. Temos trabalhado muito intensamente para solucionar passivos contingentes”, afirmou o presidente-executivo da Petrobras, Pedro Parente, em conferência com jornalistas.
Desde que assumiu a empresa, Parente tem defendido que houve melhorias nos resultados operacionais. No entanto, diz que os efeitos não recorrentes ainda permanecem afetando o resultado global. “Temos absoluta confiança de que vamos continuar bem em relação aos aspectos operacionais”, disse.
A Petrobras teria alcançado um lucro líquido de R$ 7,089 bilhões no ano se não fossem as despesas extraordinárias, explicou o executivo. “Esses impactos não recorrentes têm sim a possibilidade de terem um impacto bastante menor no futuro. O número de temas em aberto tem se reduzido”, frisou.
Segundo Parente, a Petrobras está muito mais organizada em termos de governança, integridade e gestão, “eliminando fraquezas materiais e deficiências significativas de controle”.
SALTO OPERACIONAL
O número deve-se a um menor volume de reavaliações de ativos (“impairment”), redução de custos (relacionados a pessoal, baixa de poços e ociosidade de equipamentos) e maiores exportações de petróleo a preços mais elevados.
A empresa reportou em 2017 um impairment total de R$ 3,862 bilhões, principalmente devido a baixas no setor de fertilizantes (R$ 1,3 bilhão) e uma relacionada à segunda unidade de refino na Refinaria do Nordeste (Rnest), de R$ 1,5 bilhão.
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Já no caso da Rnest, o diretor explicou que houve um ajuste devido as margens futuras de diesel, para uma unidade que ainda está prevista pela Petrobras.
Em 2016, todavia, os impairment totais da Petrobras somaram um valor muito superior, de R$ 20,297 bilhões.
O fluxo de caixa livre da empresa cresceu em 2017 para R$ 44,1 bilhões, ante os R$ 41,6 bilhões do ano anterior.
Às 14h42, as ações preferenciais da companhia cediam quase 4% e as ordinárias caíam mais de 2%, enquanto o Ibovespa perdia 1,2%.
DIVIDENDOS
A Petrobras também anunciou hoje que seu Conselho de Administração determinou a realização de estudos para alterações no Estatuto Social da companhia em relação à cláusula de destinação dos resultados, com o objetivo de estabelecer pagamentos trimestrais de dividendos ou de Juros sobre Capital Próprio.
Segundo Parente, se a nova política for aprovada no Conselho de Administração e posteriormente na Assembleia Geral de Acionistas prevista para abril, é possível que já seja viável pagar dividendos referentes ao primeiro trimestre. “Nós vemos a proposta como positiva, potencialmente resultando em algum pagamento de dividendos em 2018…”, afirmou o Bradesco BBI em relatório a clientes.
Os prejuízos anuais desde 2014 têm impedido pagamento de dividendos aos acionistas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do ano em 2017, por sua vez, foi de R$ 76,557 bilhões, queda de 14% ante o ano anterior, também em função da ação nos EUA e do programa de regularização de débito.
“Excluindo-se o acordo da Class Action, a companhia apresentaria Ebitda ajustado de R$ 87,755 bilhões e o índice dívida líquida/Ebitda ajustado de 3,20”, disse a empresa.
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O Ebitda ajustado somou R$ 12,986 bilhões no quarto trimestre, ante R$ 24,788 bilhões no mesmo período de 2016.
A Petrobras perdeu participação no mercado brasileiro de gasolina e diesel em 2017, depois de adotar uma nova política de preços para aumentar a competitividade no setor, mostraram dados da companhia nesta quinta-feira.
Na gasolina, a fatia da Petrobras caiu para 83% em 2017, contra 90% em 2016 e 96% em 2015.
No diesel, a participação foi de 74% em 2017, contra 83% em 2016 e 97% em 2015.