LEIA MAIS: Cade aprova por maioria acordo entre Votorantim Siderurgia e ArcelorMittal
Depois da venda parcial da produtora de celulose Fibria à Suzano Papel e Celulose em março, o grupo Votorantim busca ativos menos voláteis para garantir um fluxo mais estável de dividendos para seu acionista controlador, a bilionária família Ermírio de Moraes.
No ano passado, o grupo Votorantim registrou um lucro líquido de R$ 810 milhões, ante prejuízo de R$ 1,3 bilhão no ano anterior, devido a uma grande baixa contábil. Como resultado, 150 membros da família Ermírio de Moraes receberão cerca de R$ 750 milhões em dividendos este ano, que marca o centenário do grupo.
Miranda disse que os recursos da venda da Fibria podem ser investidos fora do Brasil, em setores onde o conglomerado já opera. O grupo, cujos ativos vão de cimento a metais básicos, visa casar tanto receitas quanto custos em uma moeda forte.
As análises do grupo Votorantim de novas aquisições acontecem depois de uma queda de 16% da dívida líquida, para R$ 12,4 bilhões ao final de 2017. Isso equivale a cerca de 2,6 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado (Ebitda) no ano, abaixo do patamar de 2016, de 3,46 vezes.
Miranda disse que o objetivo do grupo é reduzir o endividamento para abaixo de duas vezes o Ebitda em 2018, sem contabilizar ainda os recursos que virão da venda da Fibria, uma transação ainda sujeita à aprovação de autoridades de concorrência.
O executivo não descartou outras vendas de ativos, conforme o grupo recicla sua carteira, sem mencionar áreas específicas.
No ano passado, o grupo vendeu parte da mineradora Nexa Resources em uma oferta pública inicial nos Estados Unidos, desfez-se de alguns ativos de cimento e combinou suas operações de aço longo com a ArcelorMittal.
O Ebitda ajustado, uma métrica do lucro operacional excluindo efeitos não recorrentes, subiu 12%, para R$ 4,8 bilhões.