Startup de ex-presidente da Intel lança primeiros chips

18 de setembro de 2018
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A empresa disse que os novos semicondutores, que custam de US$ 550 a US$ 850, foram selecionados pela Lenovo e várias outras empresas que produzem servidores, que alimentam serviços baseados na internet

A Ampere Computing, startup liderada pelo ex-presidente da Intel, Renee James, anunciou hoje (18) que lançou seus primeiros chips para centro de dados derivados da mesma tecnologia que os chips para celulares.

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A empresa disse que os novos semicondutores, que custam de US$ 550 a US$ 850, foram selecionados pela Lenovo e várias outras empresas que produzem servidores, que alimentam serviços baseados na internet.

O segmento de chips para servidores é dominado pela Intel, que controla mais de 90% do mercado. Mas espera-se que a rival AMD aumente sua participação no próximo ano, já que a Intel adiou sua mais nova geração de chips, dizendo que os semicondutores para servidores não devem chegar ao mercado até 2020.

Contudo, a Ampere está tomando um caminho diferente da Intel e da AMD. As duas gigantes usam uma tecnologia chamada x86, que alimenta a maioria dos computadores, enquanto a Ampere está utilizando uma tecnologia licenciada pela Arm Holdings, do Softbank Group – a mesma tecnologia de celulares Android e da Apple. Os chips baseados na Arm requerem menos eletricidade para serem executados e são mais baratos de produzir.

Mas a tecnologia Arm ainda não se equiparou à da Intel, que a Ampere, junto com concorrentes como a Qualcomm e a Cavium, espera mudar na esperança de atrair os clientes de centros de dados. Grandes empresas de tecnologia como Google, da Alphabet, e Facebook são alguns dos maiores compradores mundiais de chips para servidores da Intel.

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James passou 28 anos na Intel trabalhando de perto com alguns desses clientes. A Ampere diz que seus chips – em versões de 16 e 32 núcleos com velocidades de até 3,3 gigahertz – são projetados para competir com chips de servidores tradicionais de nível médio.

Mas James diz que a empresa teve um cuidado extra para garantir que os chips rodassem o software dos clientes e também os testes de velocidade.

Ao contrário da Intel, a Ampere não produz seus próprios chips. Ela contrata esse trabalho da Taiwan Semiconductor, assim como a Apple e a Qualcomm. Isso significa que a próxima geração de chips da Ampere, em 2019, aproveitará a tecnologia de fabricação de 7 nanômetros de Taiwan, mais avançada que a atual geração da Intel e que está sendo usada nos mais recentes iPhones da Apple e nos mais recentes processadores da Qualcomm.