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“Muito do que foi ofertado em swap cambial (neste ano) não estava atrelado a nenhum passivo. Agora, com a derrocada do dólar, o investidor precisa sair dessa posição”, disse o economista e sócio da NGO Corretora, Sidnei Nehme.
Novo cenário
A campanha eleitoral acabou ficando um pouco diferente do que imaginavam os investidores, que viam em Geraldo Alckmin (PSDB) a melhor opção para ajustar as contas públicas. Sem decolar, o tucano foi sendo substituído na preferência do mercado por Bolsonaro, que chegou na frente no primeiro turno tendo consigo o economista Paulo Guedes, que é cotado para ser o ministro da Fazenda, caso o candidato do PSL vença a eleição.
O dólar, que chegou a bater recorde do Plano Real em 13 de setembro, a R$ 4,1957, passou a perder força e caiu abaixo de R$ 3,70, acumulando no mês até esta terça-feira queda preliminar de quase 8,5% — a maior desde junho de 2016 (-11,05%). Com isso, começou a crescer a percepção de que há espaço para o BC fazer rolagem apenas parcial, reduzindo o estoque total em swaps.
“Com o recuo do dólar, faz sentido o mercado começar a pensar nisso (redução da oferta de swap para rolagem), mas não quer dizer que seja algo concreto”, avaliou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.
Em dezembro, vencem US$ 12,217 bilhões em swaps cambiais. Nos últimos meses, para impedir qualquer tipo de especulação sobre a atuação do BC e limitar os ruídos no mercado, a autoridade tratou de sinalizar que logo pretendia fazer a rolagem integral dos vencimentos. “Acho que o BC está bastante confortável para esperar antes de se decidir”, disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. “A tendência é de queda, o BC tem tempo para decidir”, concluiu.