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Parente deixou seu cargo de presidente-executivo da estatal Petrobras para elaborar e implementar um plano de recuperação na BRF depois escândalos de corrupção e de segurança alimentar corroeram as vendas da empresa. Em abril, Parente foi nomeado presidente do conselho de administração da empresa, antes de assumir o papel adicional de presidente-executivo. Ele deve deixar o cargo executivo em meados de 2019 e ser substituído pelo vice-presidente de Operações, Lorival Luz.
“Não estou usando atalhos e não estou interessado em mostrar bons números trimestrais se eles não forem sustentáveis”, disse Parente. Parente e Luz disseram que esperam reduzir os custos industriais em 30% em um processo previsto para levar cerca de um ano.
A chave para a recuperação será o mercado interno brasileiro, que deve ser a espinha dorsal para a sustentação de operações lucrativas da empresa, disse Parente. Um segmento importante é o serviço de alimentação, onde a BRF vem perdendo participação de mercado depois que a ex-diretoria demitiu a maior parte de sua equipe de vendas em um esforço de redução de custos.
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A BRF e outros processadores de alimentos brasileiros apostaram muito nas exportações de carne halal para países muçulmanos nos últimos anos. “Temos visto uma reação franca dos países árabes, então esperamos que seja uma retórica de campanha”, disse Parente.
Foco na demandação
Parente disse que a relação da dívida/Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) era de 6,7 vezes, e a meta é baixá-la para 3 vezes até o final de 2019. Depois que a empresa reduzir sua alavancagem para os níveis desejados, provavelmente voltará a se expandir, principalmente no Oriente Médio e na Ásia, acrescentou Parente. A empresa pretende construir uma unidade de produção na Arábia Saudita para atender aos novos requisitos de conteúdo local no país. Nesse meio tempo, a BRF está vendendo ativos na Europa, Tailândia e Argentina.
A BRF espera levantar R$ 3 bilhões com a venda das unidades, parte dos R$ 5 bilhões que pretende arrecadar para pagar dívida. Os restantes R$ 2 bilhões virão da venda de um fundo de recebíveis, imóveis e redução de estoque.
O estoque ideal da BRF deve ficar em torno de 40 mil toneladas de produtos, mas depois que a União Europeia bloqueou as importações de 12 de suas plantas, chegou a 140 mil toneladas, disse Luz. A empresa vem reduzindo o estoque, que agora está perto de 85 mil toneladas, acrescentou.