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A maior parte das dívidas da unidade é com a Petrobras, devido ao fornecimento de combustíveis para térmicas da empresa. A petroleira e a elétrica, inclusive, fecharam recentemente acordo que previa assunção de dívida no valor de R$ 3,069 bilhões pela Eletrobras em caso de sucesso no leilão de desestatização da distribuidora. Os novos donos da Eletrobras Distribuição Amazonas também se comprometeram a realizar um aporte de R$ 491 milhões na empresa após a assinatura do contrato de concessão.
Logo após a batida do martelo do leilão, no entanto, um representante do escritório Advocacia Garcez presente na sede da B3 apresentou uma liminar de um desembargador que segundo ele condiciona a eficácia do leilão de privatização à apreciação do colegiado de um órgão especial da Justiça do Trabalho. A decisão atendeu ação movida em nome de sindicatos de trabalhadores.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., disse a jornalistas ainda não ter conhecimento da liminar, mas ressaltou que há “um vai e vem” de decisões judiciais sobre as vendas de ativos da companhia, que eventualmente poderá recorrer para manter os resultados da licitação desta segunda-feira.
O consultor jurídico da estatal, Ricardo Brandão, disse que a empresa encara a liminar com “tranquilidade” e não acredita que ela possa atrapalhar a privatização. “Já houve outras decisões ao longo desse processo e que sempre foram suspensas… vamos aguardar para ver o teor (da liminar), mas o enfrentamento será como foi em todas 51 ações judiciais que a gente tem até o momento (nos processos de desestatização)”, afirmou.
O ministro lembrou ainda que a Eletrobras já conseguiu negociar cinco de suas seis empresas de distribuição –falta apenas a Ceal (de Alagoas), cujo leilão está agendado para 19 de dezembro.
Novos sócios
A consultora Thais Prandini, da Thymos Energia, que assessorou o consórcio vencedor, disse que há ainda outras três empresas em conversas para se juntar à Oliveira Energia e à Atem no grupo que ficará responsável pela Eletrobras Amazonas. A Oliveira Energia de fato esteve em conversas com empresas para montar um consórcio com vistas ao leilão desta segunda, incluindo a Atem e mais empresas.
Ela disse também que os vencedores têm negociado com instituições internacionais como a francesa Proparco e a alemã DEG, subsidiária do KfW, para obter recursos necessários aos investimentos na distribuidora do Amazonas.