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A liminar havia sido concedida na última quinta-feira (6) pela Justiça Federal de São Paulo, que acolheu parcialmente ação de quatro deputados federais petistas que pediam suspensão imediata das tratativas entre Embraer e Boeing.
“O momento para qualquer manifestação da União somente ocorrerá quando for efetivamente submetida a proposta de eventual fusão, e segundo os termos do que vier estipulado na dita proposta, ao conselho de administração da Embraer”, ressaltou a AGU no pedido de suspensão.
Boeing e Embraer anunciaram em julho assinatura de memorando de entendimento para uma transação em que a companhia norte-americana assumirá controle sobre 80% de uma joint venture a ser criada por meio da separação da divisão de jatos comerciais da Embraer, a principal da companhia brasileira.
O acordo precisa de aprovação do governo brasileiro, que tem direito de veto em assuntos estratégicos da Embraer, mecanismo chamado de golden share.
O memorando de entendimentos entre as empresas avaliou as operações de aviação comercial da Embraer em US$ 4,75 bilhões. A fatia da Boeing no negócio é avaliada em US$ 3,8 bilhões. A Embraer, terceira maior exportadora do Brasil, ficaria com os 20% restantes.
A ação da Embraer às 15h16 exibia alta de 0,5%, em sessão negativa para a maior parte dos ativos da bolsa paulista. No mesmo horário, o Ibovespa cedia 2,1%.
Procurado, o deputado federal Carlos Zaratini afirmou que o grupo vai recorrer da decisão do TRF3, por não concordar com a venda da divisão comercial da fabricante brasileira. “No nosso modo de ver, a venda significa o fim da Embraer no Brasil. Se toda a parte de aviação comercial for encaminhada para a Boeing, a tendência é a empresa deixar de funcionar no Brasil, talvez se transformar em um mero departamento de manutenção aqui”, disse Zarattini.