Ação da Taurus chega a cair mais de 20%

15 de janeiro de 2019

Por volta das 14h45, os papéis estavam em leilão após caírem 9%, a R$ 7,55, com muitos investidores aproveitando para obter lucros

As ações preferenciais da fabricante de armas Taurus reverteram os ganhos e recuavam hoje (15), tendo perdido mais de 20% na mínima da sessão, marcada pela assinatura de decreto de flexibilização de posse de armas no país pelo presidente Jair Bolsonaro, uma de suas principais promessas de campanha.

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Redigido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e finalizado na Casa Civil, o novo decreto prevê o aumento do prazo para renovação da autorização de posse de arma de cinco para 10 anos e a ampliação de casos considerados para essa necessidade, como morar em área rural ou em cidades com mais de 10 homicídios por 100 mil habitantes por ano.

Por volta das 14h45, os papéis estavam em leilão após caírem 9%, a R$ 7,55, com muitos investidores aproveitando para obter lucros, após a cotação mais do que dobrar desde o começo do ano. Até a véspera (14), as preferenciais contabilizavam em 2019 um ganho de 104,94%. Mais cedo, o papel chegou a se valorizar 11,08%.

As ações ordinárias, que têm menos liquidez, caíam 12,25%, também em leilão, a R$ 7,81.

“Vejo como um movimento de realização de lucro”, destacou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, destacando que a trajetória de alta do começo do pregão se inverteu depois que a assinatura do decreto foi confirmada.

Em 2018, as preferenciais saltaram 88,37% e as ordinárias dispararam 146,91%, em grande parte apoiadas em sinalizações de Bolsonaro, no sentido de ampliação de investimentos em segurança pública e liberalização nas regras de posse de armas.

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A companhia também divulgou na semana passada que seu conselho de administração aprovou acordo preliminar com autoridades norte-americanas para encerrar processo nos Estados Unidos relacionado aos produtos da fabricante de armas brasileira.

A Taurus, que afirma ser uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo, encerrou os nove meses até setembro de 2018 com receita líquida R$ 623,5 milhões, mas prejuízo consolidado de R$ 44,6 milhões.

As vendas líquidas de armas nos nove primeiros meses do ano passado totalizaram R$ 613,6 milhões, alta de 17,4% em relação ao mesmo período de 2017, com as vendas nos mercados interno e externo registrando aumentos de 73% e 10,4%, respectivamente, segundo o balanço da empresa.