LEIA MAIS: Avon faz parceria com Rappi para entrega de produtos
“Identificamos a oportunidade de ser referência em mercado de ‘super apps’ na América Latina e, conforme amadurecemos, ganhamos escala com menos recursos”, disse à Reuters o diretor de expansão e cofundador da Rappi no Brasil, Ricardo Bechara, referindo-se aos aplicativos com múltiplas funcionalidades.
Em 2018, a empresa elevou em sete vezes o número de entregas na comparação anual, crescendo 30% ao mês no Brasil e 20% nos demais países.
“Este ano devemos estacionar a entrada em novos países para ganhar escala nos mercados em que já atuamos”, contou Bechara, que vê chance do Brasil assumir a liderança da operação nos próximos dois anos.
São Paulo já é a terceira principal cidade nos negócios da companhia, atrás somente da Cidade do México e de Bogotá, afirmou o executivo, que antes de ingressar na Rappi foi cofundador da loja online de móveis e decoração Mobly, do grupo Rocket Internet.
Bechara ressaltou que a startup colombiana deve direcionar ao Brasil boa parte dos US$ 220 milhões recebidos na mais recente rodada de financiamento liderada pela DST Global em setembro de 2018. O aporte sucedeu uma captação de US$ 185 milhões em março passado por parte das empresas norte-americanas de capital de risco Sequoia Capital e Andreessen Horowits.
Segundo ele, os recursos devem ser principalmente alocados ao “RappiPay”, uma ferramenta introduzida em setembro que permite transferências de valores entre usuários e pagamento de compras, e ao “Rappi do seu Jeito”, um marketplace que trará mais flexibilidade aos estabelecimentos parceiros e contribuirá para adição de novas categorias no aplicativo.
Na véspera (14), por exemplo, a startup anunciou primeira parceria em cosméticos de venda direta, em acordo com a Avon para envio de produtos aos clientes em duas horas.
Como resultado, o maior mercado da América Latina vem se tornando cada vez mais competitivo para aplicativos que operam dentro do regime de “última milha”, no qual entregas de compras online são feitas em poucas horas.
E AINDA: FORBES premia as empresas mais inovadoras do Brasil
Paralelamente, varejistas também têm se movimentado para ganhar participação no comércio eletrônico e desenvolver soluções de entrega via parcerias ou aquisição, como é o caso do GPA.
Questionado sobre o fim do acordo de exclusividade com o GPA, Bechara ressaltou que a Rappi prefere trabalhar com mais empresas do que com apenas um parceiro e prioriza a diversidade de opções ao usuário.
Na avaliação dele, a concorrência tende a se acirrar cada vez mais para a Rappi, especialmente se chegarem ao Brasil super aplicativos como o chinês WeChat, da gigante chinesa Tencent, que permite ao usuário pedir comida, pagar contas e reservar transporte, entre muitas outras atividades. “Se isso acontecer, sairemos rapidamente da zona de conforto”, comentou Bechara.