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“Acho que foi muito propício e compatível com o que está acontecendo. A própria Organização Mundial do Comércio está agora iniciando um processo de reforma. O chanceler disse no discurso inicial dele de posse que o Brasil vai se engajar nesse processo com todas as letras, acho isso muito importante”, disse.
O diretor-geral da OMC admitiu que há a percepção por vários países-membros que o sistema multilateral precisa se modificar e arejar a fim de atender aos interesses deles e destacou ser importante se fazer essa “renovação”. Afirmou que não só o Brasil está vendo as “deficiências e inadequações” do sistema multilateral e na OMC está se fazendo um “exercício de autocrítica”.
Para Azevêdo, não se está “rejeitando” esses organismos, mas sim pretendendo que eles respondam melhor aos interesses dos membros. Citou o exemplo da economia digital, que cresce rapidamente, e lembrou que as regras da OMC ainda são da década de 1980.
O dirigente do organismo destacou que na véspera o chanceler afirmou sobre o globalismo, que seria a aceitação de regras internacionais sem uma visão crítica, e que não vê “nenhum problema” nas ponderações feitas pelo novo ministro das Relações Exteriores.
Ele acrescentou não ver na cabeça de Bolsonaro nem na de membros de sua equipe esta dicotomia.
Israel
O diretor-geral da OMC disse não ter tratado na conversa com Bolsonaro e Araújo sobre o possível impacto para o comércio brasileiro com países árabes de uma eventual transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. “Não tratamos desse assunto”, afirmou.
Azevêdo também não quis opinar sobre o eventual impacto da transferência da embaixada brasileira no Estado judeu. “Não sei, não tenho a menor ideia”, disse, ao ponderar que se falasse sobre o assunto, estaria “especulando”.
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