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Na tragédia anterior, uma barragem da Samarco se rompeu em novembro de 2015, em Mariana, também em Minas Gerais, deixando 19 mortos, centenas de desabrigados e poluindo o rio Doce em toda a sua extensão, até o mar no Espírito Santo, no maior desastre ambiental do Brasil.
“É preciso investigar o que acarretou esse (novo) rompimento, se foram as mesmas causas do caso Samarco: falta de monitoramento, informações incompletas, descuido”, disse Sampaio, destacando que o MPF está realizando investigações e que a ênfase agora é a assistência às vítimas e suas famílias.
O desastre de Brumadinho ocorreu na tarde de sexta-feira, quando uma avalanche de lama atingiu comunidades e uma área administrativa da própria Vale, no momento em que havia centenas de funcionários próprios e terceirizados trabalhando. Equipes de resgate buscam cerca de 300 desaparecidos.
Responsabilidades
Em relação às responsabilidades da empresa, Sampaio explicou que, do ponto de vista criminal, as causas do novo desastre farão diferença. “Só a partir dessa investigação que a gente sabe se houve culpa, se houve dolo e que medida que a gente vem a adotar”, disse Sampaio. Já do ponto de vista cível, “as causas não tem muita importância, porque o que prevalece no Brasil é que a gente chama de responsabilidade civil objetiva… a empresa vai responder por todos os danos que tiver acarretado”.
Sampaio pontuou que está trabalhando no caso de Brumadinho também. Mas que ainda está sendo decidido, no MPF, se haverá uma nova força-tarefa ou se o objeto anterior será ampliada, o que será discutido durante o fim de semana. Procuradas, a Samarco disse que não vai comentar as declarações do procurador. A Vale e a BHP não responderam de imediato ao pedido de comentário.