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O executivo também afirmou que a empresa vai manter o pagamento de royalties de mineração em Brumadinho, como se permanecesse operando, por tempo indeterminado, para minimizar os efeitos econômicos do desastre na cidade. “A cidade de Brumadinho não vai sofrer nenhuma perda de arrecadação no que depender da Vale”, afirmou. Brumadinho, uma pequena cidade que fica na região metropolitana de Belo Horizonte, arrecadou no ano passado R$ 140 milhões, sendo que cerca de 60% foi oriundo dos royalties da atividade minerária, segundo Siani.
O executivo evitou detalhar impactos financeiros e nas ações da empresa com o desastre, mas afirmou que tem compromissos tanto com acionistas, como funcionários, populações, para também preservar a companhia para que ela continue criando riquezas.
As ações da Vale fecharam em queda de 24,5% nesta segunda-feira, pior desempenho diário da sua história e equivalente uma perda de R$ 72,8 bilhões em valor de mercado.Segundo ele, a Vale tem cerca de 200 mil acionistas pessoas físicas, grandes fundos de pensão, outros milhares de pensionistas Brasil afora, que dependem fundamentalmente dos resultados da Vale e a empresa tem cerca de 100 mil empregados, entre próprios e terceiros.
“Se as ações caíram ou subiram, isso é completamente secundário neste momento. Mas a sociedade brasileira e a companhia precisam encontrar uma solução que atenda a todas as partes envolvidas”, afirmou.
Investimentos em barragens
Siani afirmou que ainda não tem causas para apresentar para o colapso da barragem de Brumadinho, mas pontuou que a tecnologia de alteamento da barragem era a montante, a mesma utilizada pela barragem da Samarco, que se rompeu em uma tragédia há cerca de três anos.
Segundo o executivo, a barragem de Brumadinho era de 1976 e a companhia já não constrói novas barragens com tecnologia a montante “há muitos e muitos anos”.
“Até então se acreditava que com o monitoramento adequado essas barragens eram seguras, esses conceitos possivelmente terão que ser reavaliados. Em razão disso a Vale vai apresentar um plano, eu diria, ousado, com investimento bastante grande para fazer frente a essas barragens (que já existem)”, afirmou.
Questionado sobre a localização da área administrativa da empresa e restaurante, bem embaixo da barragem que se rompeu, onde estavam centenas de empregados agora desaparecidos, Siani reconheceu ter ficado surpreso.
“Eu fiquei surpreso também com essa aparente imprudência”, afirmou.
No entanto, ponderou que “toda a melhor técnica atestava que esse tipo de barragem, com o monitoramento adequado” era segura.
Subiu para 65 o número de mortes confirmadas após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho e ainda existem 279 pessoas desaparecidas, informou no início da noite desta segunda-feira o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil de Minas Gerais.