CEO exalta retorno do Credit Suisse a lucro anual

14 de fevereiro de 2019
Reuters

O presidente-executivo Tidjane Thiam disse que os resultados mostraram que o banco agora está em condições de enfrentar os mercados turbulentos

O Credit Suisse registrou hoje (14) seu primeiro lucro anual em quatro anos, depois que um plano de reestruturação de longa data teve sucesso, mas o segundo maior banco da Suíça alertou para uma incerteza significativa sobre os mercados nos próximos meses.

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Ao classificar o quarto trimestre como “teste de estresse” para os negócios, o presidente-executivo Tidjane Thiam disse que os resultados mostraram que o banco agora está em condições de enfrentar os mercados turbulentos – marcados por preocupações com a paralisação do governo norte-americano, tensões comerciais entre EUA e China e a saída pouco clara do Reino Unido da União Europeia.

“O antigo Credit Suisse teria realmente sofrido. E nós tivemos nosso melhor quarto trimestre desde 2013. Então essa é a magnitude da mudança que aconteceu”, disse ele à “CNBC”.

Mas a divisão de mercados globais do banco continua sendo um obstáculo. O Credit registrou prejuízo antes de impostos de 193 milhões de francos suíços (cerca de US$ 191 milhões) no quarto trimestre, dando continuidade a uma trajetória que analistas consideram decepcionante.

No geral, o banco disse que ficou “absolutamente atrás” da meta de rentabilidade traçada para 2019 de um retorno sobre o patrimônio tangível de 10% a 11%.

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Alcançar essa meta exigirá que o banco quase dobre seu lucro líquido de 2,06 bilhões de francos suíços em 2018 para 3,9 bilhões de francos suíços este ano, o que a instituição diz que deve alcançar graças a medidas de autoajuda que não dependem do crescimento da receita.

O Credit passou os últimos três anos e meio trabalhando para uma imagem de estabilidade como um banco de primeira linha para os ultra ricos do mundo, encolhendo seu banco de investimentos e criando o “banco para empreendedores”.

Pela primeira vez desde a chegada de Thiam, o Credit Suisse em 2018 atraiu mais dinheiro de clientes de private banking que o UBS – o maior gestor de recursos do mundo -, uma proeza significativa dada a base de ativos muito maior do concorrente.