AB InBev quer levantar US$ 5 bi na bolsa em Hong Kong

10 de maio de 2019

Empresa tenta reduzir dívida por compra da concorrente SABMiller, em 2016

Maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch InBev entrou hoje (10) com pedido para ser listada na bolsa de valores de Hong Kong, numa oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que pode levantar US$ 5 bilhões. O movimento se dá no exato momento em que a gigante belgo-brasileira trabalha para reduzir um montante de US$ 102,5 bilhões em dívidas, após a compra da rival SABMiller, em 2016, por cerca de US$ 100 bilhões. O grupo já reduziu pela metade a dívida e avisou aos acionistas que os pagamentos só ganhariam corpo com a diminuição do índice de dívida líquida sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de 4,6, no final de 2018, para 2. Uma medida chave de alavancagem.

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A cervejaria com sede na Bélgica, cujos rótulos incluem Stella Artois, reconhece que a listagem de uma fatia minoritária aceleraria o processo. Nenhum detalhe de preço, prazo ou tamanho do negócio, contudo, foi dado pelo grupo. Segundo a AB InBev, a data para o IPO vai depender das condições do mercado, mas a expectativa atual é realizar a oferta durante o verão. Fontes afirmam que a oferta deve ser de pelo menos US$ 5 bilhões.

Na última terça-feira (7), a cervejaria disse que um IPO na Ásia, com um portfólio de 50 rótulos, poderia criar um líder cervejeiro na região, onde cresce o consumo de cervejas premium de margem mais alta, como a Budweiser ou Corona. A Ásia é a maior região de consumo de cerveja em volume — por 37% de toda a cerveja do mundo é entornada no continente — e  um dos mercados que mais se expandem, disse a empresa no documento enviado à bolsa nesta sexta-feira.

A região produziu 18% das vendas da AB InBev em volume e 14% de seu lucro operacional subjacente no ano passado, com vendas no valor de US$ 8,46 bilhões.

 

O impulso de Hong Kong

Com US$ 5 bilhões, o IPO, além de interessante para a InBev, seria um incentivo bem-vindo para Hong Kong, que não vê oferta pública tão grande desde a da China Tower, que levantou US$ 7,5 bilhões em agosto do ano passado. Nos primeiros meses de 2019, as listagens em bolsa movimentaram apenas US$ 4,5 bilhões em Hong Kong, menos que os US$ 12,1 bilhões registrados no mesmo período pela Bolsa de Valores de Nova York e os US$ 9,4 bilhões da Nasdaq.

O JP Morgan e o Morgan Stanley são os patrocinadores conjuntos do flutuante proposto.

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