Resumo:
- O mercado de empréstimos para pequenas empresas está em crescimento, e as fintechs lideram o caminho;
- Desde a recessão de 2008, os bancos tradicionais têm sido cautelosos ao emprestar recursos para negócios menores;
- O PayPal atingiu o marco de mais de US$ 10 bilhões em recursos a mais de 225 mil negócios iniciantes em todo o mundo.
O mercado de empréstimos para pequenas empresas está crescendo e não são os bancos tradicionais que estão se beneficiando. Quem está na liderança desse movimento são as fintechs. O PayPal, por exemplo, atingiu um novo patamar neste mercado ao anunciar que atingiu mais de US$ 10 bilhões em recursos destinados a mais de 225 mil pequenos negócios em todo o mundo.
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A marca vem pouco mais de cinco anos após a empresa ter feito seu primeiro empréstimo. Hoje, já emitiu mais de 650 mil deles por meio de programas de financiamento nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Alemanha e México.
“O PayPal demorou 23 meses para chegar aos primeiros US$ 1 bilhão em empréstimos e, agora, ultrapassou US$ 1 bilhão por trimestre”, diz Darrell Esch, vice-presidente de crédito global da companhia. “A demanda nunca esteve em falta.”
Desde a recessão de 2008 e 2009, os bancos tradicionais têm sido cautelosos ao fazer empréstimos para pequenas empresas – e por uma boa razão. Muitas não passam dos dois anos de vida, o que faz desse tipo de operação um risco para os bancos.
Com as instituições financeiras de lado, as fintechs aumentaram. Atualmente, há muitas em busca do mercado de pequenos negócios. Embora os bancos tenham despertado para a necessidade de fornecer financiamento para empresas iniciantes, eles ainda demoram a agir. A Funding Circle, operadora peer-to-peer para financiadores, descobriu recentemente que as contas de empréstimos para pequenos e médios empreendimentos representam apenas 0,7% dos balanços patrimoniais gerais dos bancos norte-americanos. No Reino Unido, esse índice é de 2% e, nos Países Baixos, de 0,6%.
A operadora também revelou que as empresas menores tendem a ter condições piores ao solicitar um financiamento do que suas rivais maiores. Elas também têm acesso a volumes menores de dinheiro e enfrentam padrões de aprovação mais rigorosos. A mais recente pesquisa Senior Loan Officer, do Federal Reserve, comprovou as afirmações da Funding Circle. O estudo apontou que 24,7% das instituições reduziram as taxas de juros cobradas das empresas de médio e grande portes. No caso das pequenas, apenas 13,9% dos bancos fizeram o mesmo. “Desde a grande recessão, os credores tradicionais realmente desaceleraram os empréstimos para pequenas empresas. E ainda não houve recuperação”, diz Esch.
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O executivo do PayPal credita o crescimento no mercado de empréstimos para pequenas empresas à capacidade de oferecer recursos que variam em tamanho – de US$ 1 mil a US$ 500 mil. Seu valor máximo é maior do que a média emprestada pela Administração de Pequenos Negócios dos EUA.
“Os programas de financiamento comercial da companhia podem fornecer dinheiro para pequenas empresas que precisam tomar decisões rápidas e fazer uso desses recursos na sequência, em um processo de decisão que geralmente ocorre em horas ou até minutos. Se aprovada, a solicitação dá direito ao empréstimo quase que imediatamente”, explica o executivo.
Essa capacidade de acessar fundos em um curto espaço de tempo parece estar valendo a pena para os mutuários iniciantes. De acordo com a empresa de pagamentos, pequenos negócios que usam o PayPal para um empréstimo de capital de giro tiveram um aumento médio de 24% no crescimento, sendo que 82% delas observaram ascensão nos primeiros três meses após o acesso ao dinheiro. Os recursos são usados para a compra de estoque, equipamentos, ações de marketing e gerenciamento do fluxo de caixa. No caso dos empréstimos tradicionais, a taxa de crescimento é de 21% após o recebimento do dinheiro, com 88% dos beneficiários constatando mudanças nos primeiros três meses.
Além de aumentar o tamanho dos empréstimos que o PayPal pode oferecer a pequenas empresas, Esch credita o crescimento do volume a expansão da empresa para o Reino Unido e a Austrália. No final de 2018, a companhia entrou no mercado alemão e, em fevereiro, fechou uma parceria com a Konfio, uma plataforma de empréstimos online no México que usa dados alternativos para aprovar o benefício. Com a parceria, as organizações podem receber financiamento ao entrar em sua conta do PayPal, acessar a plataforma da Konfio e solicitar o recurso online. Em minutos, os solicitantes saberão se foram aprovados e terão acesso aos prazos e ao cronograma de pagamento. Esch comenta que a ideia é trazer mais parceiros para o serviço.
Ainda que o executivo acredite que a demanda por empréstimos para pequenas empresas vai continuar inabalável, ele diz que o PayPal aplica um nível saudável de ceticismo ao mercado. Afinal, a economia norte-americana está no fim da expansão e há preocupações de que os consumidores possam controlar os gastos, o que seria uma má notícia para os negócios iniciantes e sua capacidade de pagar pelos empréstimos. “Achamos que o mercado vai entrar em períodos recessivos, que podem causar uma desaceleração no setor”, diz. “Dito isso, sinto-me muito bem com a qualidade desses programas e com a maneira como gerenciamos riscos. Nós vemos uma longa trajetória de crescimento.”
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