Como fazer a criptoeconomia funcionar no mercado de ações

24 de junho de 2019
Getty Images

Cibersegurança é cada vez mais importante com o avanço da criptoeconomia

Resumo:

  • Designers de sistemas têm se adaptado às mudanças trazidas ao mercado pelas criptomoedas
  • A Gauntlet é um exemplo de startup especializada em sistemas de segurança que surgiu em resposta a essa demanda
  • A empresa testa até 100.00 cenários diferentes de quebra de segurança em seu sistema

Entre os grandes desafios de se criar criptotokens, algum dos maiores são:

  1. Codificá-los de um jeito seguro, à prova de hackers;
  2. Fazê-los resistentes a ataques econômicos, não apenas no sistema, mas também os que vêm de ações secundárias, como transações;
  3. Desde o começo, distribuir os tokens de uma forma alinhada aos objetivos dos criadores.

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Mas como um designer de sistemas sabe como a sua criação vai se comportar? Afinal, mercados já mostraram que nem todos se comportam de forma racional. É aí que entra a Gauntlet, uma startup fundada no ano passado.

“Em criptoprotocolos, as pessoas tendem a comparar transações com comportamento fora dos padrões com investimentos tradicionais, mas na realidade todos são investidores interagem como fazem com outros sistemas. Modelar o sistema e prever como ele se comportar dá uma boa ideia de como irá rodar em condições mais realistas”, disse o cofundador e CEO da empresa, Tarun Chitra, no podcast “Unchained”.

Depois de sugerir vários tipos de atores e inserir hipóteses sobre o comportamento dos criptotokens, a Gauntlet pode testar até 100.000 possíveis cenários de blocks. Ela incorpora informações como taxas de câmbio, transação, derivativas etc., com o uso de uma teoria de probabilidade e economia comportamental em seus modelos, que podem ser atualizados com mais dados para que o design possa ser interativo.

Chitra diz acreditar que esse tipo de modelo será ainda mais importante em projetos que trabalham com sistemas de “proof-of-stake” (POS), que permitem a validação de transações com o uso de bitcoins. Nesses projetos, a segurança das transações por blockchains depende de pessoas que protejam seus tokens de forma que funcionem efetivamente na dinâmica do mercado. Isso porque, como ele mesmo disse, sistemas POS têm “muitos botões,” enquanto um sistema de “proof-of-work,” que sustenta o bitcoin, tem menos variáveis e oferece mais certeza.

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No entanto, segundo Chitra, a maior influência no design de um sistema são as taxas de transação, que têm grande efeito no aumento de preços, já que elas disputam espaço no blockchain. Ele também diz acreditar que criadores de criptotokens não pensam o suficiente em como derivativas afetarão os negócios de ativos subjacentes, mesmo que no mercado de ações, por exemplo, exista mais liquidez nos futuros índices de mercado S&P 500 do que nos subjacentes. Isso poderia, talvez, permitir que atores ruins adotem um ataque de 51% usando a derivativa em vez da subjacente.

Chitra estava envolvido com o projeto Libra do Facebook e explica por que acredita que o Facebook fez uma boa escolha com seu algoritmo, já que a nova linguagem de programação, Move, é o aspecto mais significante do projeto. Ele também diz acreditar que o valor da Libra não será atrelado a nenhuma outra moeda

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