Natura vê protestos afetando negócios em Hong Kong

15 de agosto de 2019
Reuters Connect

A intensa crise em Hong Kong gerada por confrontos violentos entre policiais e manifestantes afetou as marcas The Body Shop e Aesop, da Natura

A Natura vê desempenho mais forte em suas operações na Ásia, com exceção de Hong Kong, onde as marcas The Body Shop e Aesop foram afetadas por recentes protestos, disseram hoje (15) executivos da fabricante de cosméticos.

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Em teleconferência para discutir resultados trimestrais, o presidente-executivo da companhia, João Paulo Ferreira, disse a analistas que a Natura está trabalhando para impulsionar os negócios na Ásia e planeja dobrar sua presença em mercados-chave, como Coreia do Sul e Japão.

“Em termos de The Body Shop, vemos uma ligeira queda na América do Norte, mas a Ásia está tendo um desempenho muito forte, excluindo Hong Kong”, disse ele, acrescentando que as operações de sua marca australiana Aesop também foram afetadas. A Natura tem mais de 50 lojas em Hong Kong, operando sob as marcas Aesop e The Body Shop.

Dez semanas de confrontos cada vez mais violentos entre policiais e manifestantes mergulharam Hong Kong em sua pior crise desde a transição do domínio britânico para o chinês, em 1997, e as táticas policiais têm sido mais duras.

Na Argentina, outro mercado atualmente em crise em meio a eleições presidenciais, Ferreira notou que a Natura registrou crescimento de volume e participação de mercado no segundo trimestre, apesar das margens mais baixas, e está confiante de que conseguirá superar a turbulência.

“Estamos extremamente felizes com nossos negócios na Argentina e bem preparados para ter sucesso e continuar a aumentar a participação de mercado sob qualquer condição de mercado”, disse ele.

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Questionado sobre a integração com a Avon, o presidente do conselho da Natura, Roberto Marques, disse que o processo deve ser concluído em março de 2020. “Não podemos comentar mais sobre o negócio neste estágio,” ele acrescentou.

A empresa também está no caminho para cumprir a previsão de reduzir a alavancagem para 1,4 vez a dívida líquida/Ebitda até 2021, mesmo nível observado antes da aquisição da The Body Shop em 2017, de acordo com Marques.

Na noite de ontem (14), a Natura divulgou lucro líquido do segundo trimestre de mais que o dobro de mesma etapa de 2018, superando expectativas do mercado diante de sólido crescimento das vendas em todos os segmentos, além de cortes de custos.

Analistas do BTG Pactual disseram que os resultados foram melhores do que o esperado, apesar de vários ajustes. “A melhoria sequencial no Brasil deve manter o bom momento da empresa, apesar de nossa cautela devido aos riscos relacionados à reviravolta da integração entre The Body Shop e Avon”, escreveram em relatório.

A ação da Natura subia 1,6% às 13h05, elevando o ganhos do ano até agora para 45%.

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