Após desastre do WeWork, mercado trava IPOs de empresas que não dão lucro

27 de setembro de 2019
Reuters

Companhias com resultados pouco animadores estão tendo recepção fria

As empresas que tentam estrear no mercado de ações dos EUA estão recebendo recepção fria do mercado, especialmente se não dão lucro, lançando uma sombra sobre o calendário das ofertas públicas iniciais para o resto do ano.

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O surpreendente adiamento do IPO do WeWork destacou que a confiança está diminuindo no mercado, tanto para as empresas que buscam aumentar o capital quanto para os investidores.

Um mercado mais exigente para ofertas iniciais puniu a Peloton hoje (27), um dia após o início das negociações, com as ações da startup fitness caindo 4%. A empresa agora está negociando 15% abaixo do preço do IPO de quarta-feira.

No passado, os investidores normalmente esperavam que as empresas se tornassem lucrativas dentro de 18 meses ou mais após a abertura de capital. Esse cronograma se tornou mais relaxado com os gestores ansiosos para adicionar empresas com receita de crescimento rápido a seus portfólios.

Porém, os IPOs recentes sugerem que a perspectiva econômica incerta está pressionando os investidores a serem mais seletivos em relação às empresas que desejam apoiar.

A Peloton teve um crescimento de receita líquida de 110% no ano fiscal terminado em 30 de junho. Mas a empresa também mostrou uma alavancagem operacional negativa, com as despesas operacionais subindo 147% em relação ao ano anterior.

O retorno médio de IPOs em 2019 agora é de cerca de 9%, ante mais de 30% no final de junho e mais de 18% cerca de duas semanas atrás.

Tirando lição das dificuldades enfrentadas no início de 2019 das empresas Uber e Lyft, que não têm cronograma definido para se tornarem lucrativas, os investidores começaram a se afastar de empresas com histórico de perdas acentuadas.

O mercado foi mais receptivo a nomes menos conhecidos, como a empresa de segurança cibernética Ping Identity e a empresa de monitoramento de nuvem Datadog. Ambas registraram perdas mais modestas e vendem mais para empresas do que para consumidores.

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