Atividade em fábricas dos EUA cai pela primeira vez em três anos

3 de setembro de 2019
Getty Images

A queda da atividade nas fábricas norte-americanas pode significar uma futura crise

Resumo:

  • O Instituto de Gerenciamento de Oferta dos EUA publicou hoje (3) números que apontam uma queda na atividade manufatureira do país;
  • O próprio líder do instituto apontou a guerra comercial EUA-China como um dos fatores desta baixa;
  • Especialistas também enxergam os números como sinal para uma possível futura crise.

Pela primeira vez desde de janeiro de 2016, o índice de atividade de manufatura calculado pelo Instituto de Gerenciamento de Oferta dos Estados Unidos -ou, em inglês, Institute for Supply Management (ISM)- caiu de 51,2% em julho para 49,%1 em agosto. De acordo com o índice, porcentagens abaixo de 50% significam queda na produção.

LEIA MAIS: Dólar recua frente ao real em meio a ajustes

O valor é calculado com base na resposta de mais de 300 executivos que fazem parte da cadeia de oferta e demanda no país. Na nota à imprensa publicada hoje (3) pelo próprio instituto, Timothy Fiore, líder do ISM, afirmou que “a maioria respondentes expressou uma preocupação levemente maior em relação à guerra comercial com a China e à turbulência que ela traz aos negócios, mais o mercado segue sendo o maior problema, fato indicado pela contração das exportações.”

Fiore também disse na nota que, para os entrevistados, ajustes na cadeia de produção vêm da movimentação das indústrias chinesas. De acordo com o “Business Insider”, canal de mídia focado em negócios, esses números mostram que as tarifas sobre produtos chineses e norte-americanos -as principais armas da guerra comercial- estão contribuindo para a queda da demando por produtos dos EUA, e que isso pode ser mas um sinal da possível crise econômica que está por vir.

“Esses dados são uma importante parte do quebra-cabeça que nos leva à recessão”, disse Quincy Krosby, estrategista de mercado da companhia de seguros Prudential Financial, ao site de notícias “Bloomberg” em matéria publicada hoje (3). “As ramificações da guerra comercial foram vistas na zona do euro, na Ásia e agora nos EUA. Se a deterioração nos EUA continuar, ela se expandirá para o mercado de trabalho,” Krosby completou.

O resultado desses números no mercado de ações não foi positivo. O índice de mercado S&P 500 já abriu o dia com sua pior queda das últimas sete sessões, com uma baixa de 1,2%. O dólar também começou a terça-feira (3) em baixa.

A “Bloomberg” ainda aponta que, mesmo que a atividade de manufatura componha apenas 11% da economia norte-americana, sua queda pode facilmente se expandir para outras indústrias.

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Tenha também a Forbes no Google Notícias