Segundo Tiago Aguiar, responsável pela área de novas plataformas da TecBan, o arranjo permitirá que fintechs, bancos sociais e instituições de pagamento criem ‘hubs’, uma espécie de plugue para conexão direta à rede que pode oferecer os serviços para várias entidades simultaneamente, diluindo os custos.
Hoje as instituições controladoras da TecBan — Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Santander Brasil, e Caixa Econômica Federal -e cerca de 40 outras instituições têm conexão direta com o Banco24Horas.
Cada fintech usa uma política em relação a essa tarifa. O Banco Inter e o Banco Original, por exemplo, isentam os clientes. O Nubank repassa o custo.
Além disso, cada instituição deve manter individualmente com a Rede24Horas uma quantidade de dinheiro equivalente aos montantes de saques, uma espécie de lastro, o que envolve altos custos de logística.
“Com o hub digital, vai haver maior facilidade de interconexão e o custo de transação vai diminuir sensivelmente”, disse Aguiar à Reuters.
O sistema deve entrar em vigor até o final de 2019 em toda a rede de 23 mil caixas eletrônicos distribuídos pelo país.
Segundo Aguiar, a nova solução permitirá que diferentes entidades conectadas a TecBan atuem como intermediários para ligar outras fintechs e instituições de pagamentos ao Banco24Horas.
BARREIRA DE ENTRADA
Mesmo com o crescente uso dos canais digitais para pagamentos e transferências de recursos, o volume de transações com dinheiro em espécie ainda é grande.
No Brasil, 9 em cada 10 pagamentos no valor de até R$ 10 são feitas com dinheiro, segundo dados do Banco Central referentes a 2018. O uso de outros recursos, como cartões, cheques e transferências cresce para operações de valores maiores, mas mesmo nas transações até R$ 100 mais da metade das transações são pagas em papel moeda. Além disso, 29% das pessoas ainda recebiam o salário em espécie.
Como não dispõem de rede física própria, as fintechs reclamam que as altas taxas cobradas para uso do Banco24Horas inviabilizam a conquista de clientes de menor renda ou que vivem fora dos grandes centros urbanos, que são mais abastecidos de redes bancárias físicas.
Com ela, até o final do ano qualquer pessoa poderá enviar dinheiro para outra de forma instantânea, mesmo que o destinatário não seja bancarizado.
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