Dólar tem ligeira queda ante real após decisão do Fed

12 de dezembro de 2019

O dólar à vista cedia 0,08%, a R$ 4,1165 na venda

O dólar tinha leve queda ante o real hoje (12), rondando os R$ 4,11, pressionado pela decisão de política monetária do Fed e pela melhora da perspectiva da S&P para a nota de crédito soberano do Brasil.

Por volta de 10h33, o dólar à vista cedia 0,08%, a R$ 4,1165 na venda. Depois de superar os R$ 4,13 no início da sessão, a divisa norte-americana passou a cair, chegando aos R$ 4,1036 na mínima intradia. O contrato mais negociado de dólar futuro operava em queda de 0,21% na B3, a R$ 4,1180.

LEIA MAIS: Dólar fecha na mínima em mais de um mês ante real com Fed

Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, destacou a sinalização do Federal Reserve, na véspera, como um dos fatores a manter o dólar em queda nesta sessão. O Fed manteve os juros e indicou que as taxas devem ficar paradas indefinidamente.

“Isso acabou tendo um efeito altista em bolsas e de baixa para o dólar”, disse. A percepção de postergação em altas de juros nos EUA melhora a atratividade de emergentes, como o Brasil, que poderia ser beneficiado com fluxos de investidores em busca de retornos.

Somam-se a esse cenário novos sinais de que a economia brasileira está ganhando tração. O volume do setor de serviços do Brasil começou o quarto trimestre com alta pela segunda vez seguida, no melhor resultado para outubro em sete anos e indicando recuperação, com fim de ano positivo, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira.

Citando chances de um crescimento mais forte ao longo dos próximos três anos, a agência de classificação de risco S&P melhorou na véspera a perspectiva para o “rating” soberano do Brasil de “estável” para “positiva”.

“A revisão da perspectiva da S&P, junto com o Fed, é baixista para o dólar, e isso deve prevalecer”, afirmou Machado.

No entanto, havia certa cautela nos mercados após o Banco Central reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual pela quarta vez consecutiva, a nova mínima histórica de 4,5%, sinalizando cautela em relação aos juros daqui para frente.

VEJA TAMBÉM: Dólar acelera queda com expectativa sobre fluxo

“O comunicado do comitê não se compromete com cortes adicionais na taxa de juros, mas também não os exclui”, disse em nota Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.

A queda da Selic neste ano a sucessivas mínimas históricas tem pressionado o real, uma vez que tem reduzido o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo. Isso torna as aplicações em renda fixa local menos atrativas, afetando a perspectiva de ingresso de capital ao Brasil em busca de retornos e, por tabela, impactando a oferta de dólares no país.

Neste pregão, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os US$ 500 milhões em moeda spot ofertados.

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.