Perdeu tudo em uma enchente? Empresária dá dicas para reconstruir seu negócio após um desastre

13 de fevereiro de 2020
Reprodução/Forbes

A fim de se preparar para um desastre, é preferível obter objetos mais leves, bem como fazer backup de documentos comerciais importantes

Sua empresa está pronta para o pior? Seria possível começar de novo se perdesse tudo? Essas são perguntas difíceis que muitos empresários preferem não enfrentar. Sally Binard conhece essa situação de perto.

Pintora, ceramista e ex-bióloga marinha da Flórida, ela começou a vender cerâmica artesanal em 2014 no Etsy, site de comércio eletrônico que tem como foco itens feitos à mão, produtos usados e material para artesanato. Seu negócio, o Zebra Wing Studio decolou e até 2015 já formava 30% de sua renda, algo que ela descreve como um “feliz acidente”. Em 2017, todavia, o furacão Irma mudou tudo.

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“Em Florida Keys, muitas casas são construídas sobre palafitas, então há um andar térreo e a residência começa acima do primeiro nível”, diz Sally. “Fomos atingidos por um furacão de categoria quatro e 1,2 metro de água. Todo o estúdio no térreo foi varrido.”

Sem equipamento em casa, ela não conseguiu trabalhar por seis meses. Em seguida, viu um anúncio de uma ajuda humanitária do Etsy e CERF+ no Instagram. O CERF+ é uma organização sem fins lucrativos que ajuda os artistas a se prepararem e se recuperarem de emergências e desastres.

Ao se inscrever e receber US$ 1.000, ela passou a se candidatar com sucesso a várias outras contribuições as quais utilizou para reiniciar seus negócios de cerâmica. Hoje, Binard complementa sua renda com o fornecimento de serviços de contabilidade.

Desde o desastre, sua abordagem nos negócios mudou. Ela comprou o seguro contra inundações do locatário e criou um plano de evacuação com uma lista de tudo o que o Zebra Wing Studio precisa para operar.

Sally recomenda que os empresários preocupados com problemas semelhantes façam backup de documentos comerciais importantes e considerem o que podem fazer sozinhos ou levar para o carro às pressas. “Quando as coisas ficam difíceis, as pessoas não se colocam tanto a disposição quanto você gostaria porque estão lidando com a própria situação de emergência”, explica.

Reprodução/Forbes

Pintora, ceramista e ex-bióloga marinha da Flórida, Sally Binard

Ao elaborar essa mentalidade, ela diz: “Se não há indivíduos disponíveis para me ajudar, o que posso fazer sozinha? Como posso organizar minha evacuação para não depender realmente dos outros.”

Menos é mais

O furacão Irma mudou a maneira como Sally aborda seu ofício uma vez que hoje ela depende principalmente de equipamentos pequenos ou leves que podem ser tirados rapidamente do estúdio.

“Para um negócio de cerâmica, preciso das minhas ferramentas como o forno e o rolo para fazer blocos de argila”, diz ela. “Eu sou uma mulher de 1,62 metro, muito pequena. Comprei um pequeno forno que posso levantar sozinha e que cabe na parte de trás do carro. Isso significa que minha produção é menor, mas estou bem com isso. Se precisar aquecer pedaços maiores, posso alugar espaço em algum forno de alguém ou procurar ajuda com outros ceramistas. ”

Sally também cita uma entrevista com o guitarrista Jack White, da banda The White Stripes, na qual o músico explicou como toca música em uma guitarra de US$ 25 composta de materiais das empresas Sears e Montgomery Ward.

“Veja a música que esse cara está fazendo”, diz Binard. “Como artistas, somos muito criativos. Podemos criar algo do nada, único e que não existia antes de pensarmos nisso. Descobri que não precisava de tanto como pensava. A arte é melhor porque você está usando mais sua mente, pensando mais profundamente por necessidade. ”

Inspirada por essa abordagem, Sally deixou de utilizar os rolos que custam US$ 700 ou mais. Ao invés disso, ela criou um que custa apenas US$ 6.

Hoje, a loja na Etsy está prosperando, e Sally elogia plataformas como essa por permitir que os introvertidos cheguem a um público sem fazer uma campanha superelaborada. Compreensivelmente, ela continua se planejando para pior ao dizer a frase: “Não deixarei que isso aconteça novamente”.

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