A contratação do empréstimo será feita diretamente com o BNDES, que poderá financiar até 100% da operação.
LEIA MAIS: 100 empresas brasileiras do agronegócio
“O programa estima que a quantidade de leitos de UTI seja ampliada em 3.000, o equivalente a mais de 10% da disponibilidade atual de leitos do SUS no país”, disse o banco em comunicado.
A previsão do BNDES é que a nova linha de crédito permitirá também uma oferta adicional de 15 mil respiradores, ou seja, 50% da demanda do Sistema Único de Saúde prevista para os próximos três meses. O banco projeta que o novo programa poderá também ampliar em 88 milhões o número de máscaras cirúrgicas.
Para agilizar a disponibilidade dos recursos, o BNDES disse que “simplificou e acelerou” as etapas da concessão do financiamento para poder liberar o empréstimo em um prazo de até 15 dias. O programa emergencial vai também flexibilizar garantias para operações de até R$ 75 milhões e tem taxas limitadas a Taxa de Juro de Longo Prazo (TLP) mais 5,26% ao ano. A carência é de 24 meses, com prazo total de até 60 meses.
“Vamos facilitar quem está provendo bens e serviços que estão atendendo a demanda do Ministério da Saúde”, acrescentou.
Aéreas
O BNDES vai apoiar empresas em dificuldades por causa da crise gerada pela pandemia de coronavírus por meio de um sistema que envolve debêntures conversíveis e pode aportar capital nessas companhias através de compra de participações usando modelo que está sendo preparado para o setor aéreo e deve ficar pronto em abril, afirmou Montezano.
Ele acrescentou que a BNDES Participações (BNDESPar) vai atuar de forma contra-cíclica e aportar “capital em empresas de setores específicos” que estão sendo alinhados com ministérios do governo federal.
Ao ser questionado pela Reuters se o modelo utilizado para as companhias aéreas poderá ser replicado para o apoio a outros setores da economia afetados pela pandemia, Montezano confirmou essa possibilidade.
“Esse modelo que a gente está usando para as companhias aéreas de debênture ou quase equity, a ideia é que a gente adote sim para outros setores”, disse ele. “Estamos montando modelos e parâmetros para empresas grandes e médias e a ideia é distribuir não só empréstimo, mas também capital para as empresas passarem pela crise. Não é só giro. Dado a perda de demanda e a perda de valor, é importante que essas empresas sejam capitalizadas também. A resposta é sim.”
“Nosso objetivo é fazer a disponibilização e liquidação da linha idealmente no mês de abril. A gente trabalha para que até o fim de abril as linhas já estejam liquidadas e no caixa das empresas”, disse ele em entrevista coletiva por videoconferência neste domingo.
Entre as premissas já definidas para as empresas aéreas estão, por exemplo, a liberação de recursos para operações exclusivamente nacionais das companhias e os recursos não poderão ser usados para pagamento de dívidas e credores financeiros.
“O dinheiro é para o fluxo e operações das empresas, mas o credor financeiro e o BNDES terão que fazer um tipo de esforço e de alongamento”, disse Montezano.
“A ideia é que o BNDES tenha uma remuneração para suas contas. Não faremos uma operação subsidiada, não é um bailout (resgate). É um fluxo financeiro para facilitar a passagem pela crise por parte das companhias aéreas”, garantiu.
Folha de pagamento
Na videoconferência, Montezano disse esperar que estejam disponíveis até maio os recursos do programa de R$ 40 bilhões anunciado recentemente pelo governo para contribuir para o pagamento por dois meses da folha se salários de empresas cujo faturamento anual está entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões.
E TAMBÉM: Chanel anuncia produção de máscaras para ajudar no combate ao coronavírus
O presidente do BNDES lembrou que o financiamento para folha de pagamento foi construído em conjunto com os bancos privados e que haverá uma supervisão do Banco Central. “Isso vai ser supervisionado pelo Banco Central. Há naturalmente uma aversão a risco e cabe ao BC, BNDES e Tesouro propor medidas para garantir esse fluxo”, finalizou.
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.