Lançada em dezembro do ano passado, a iniciativa envolve fundos que poderão financiar obras nas áreas de infraestrutura e energia para que empresas norte-americanas participem de licitações e voltem a entrar no mercado de grandes obras na região.
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O governo norte-americano ainda colocará à disposição de suas empresas, além dos recursos, assistência técnica para elaboração de projetos e ajuda para que possam navegar as especificações legais e a burocracia dos países da região.
“Existe uma preocupação dos EUA em voltar a atuar nesse setor na região em que a China vem dominando nos últimos anos”, disse à Reuters uma fonte que acompanha o processo de assinatura do acordo.
Os chineses têm despejado bilhões de dólares em projetos de infraestrutura em várias partes do mundo, e vem aumentando consistentemente sua participação na América Latina.
Em maio do ano passado, quando o vice-presidente Hamilton Mourão visitou o país asiático, esse foi o assunto central da viagem. Em entrevista à Reuters, Mourão disse que o Brasil tem interesse em participar, mas desde que os projetos sejam feitos dentro das regras brasileiras – uma das questões, por exemplo, é a tendência dos chineses de importar de seu país todos os materiais e todos os trabalhadores para tocar as obras que eles financiam.
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Enquanto os chineses crescem, a participação norte-americana nessa área no Brasil é ínfima. Nos últimos anos, o setor de infraestrutura tem cerca de 2% de participação norte-americana, enquanto a de países menores, como a Espanha, fica entre 15% e 20%.
Os países que aderirem ao programa poderão também usar a assistência das agências para desenvolvimento de projetos e na área de compras governamentais.
Além de infraestrutura e energia, o acordo poderá servir para ajudar empresas norte-americanas entrarem na briga pela implantação da tecnologia 5G no Brasil, uma área onde hoje os chineses estão ganhando longe.
Os norte-americanos ainda não conseguiram entrar fortemente na disputa pela instalação de tecnologia 5G no mundo, em que os chineses têm hoje a presença mais forte. O governo dos EUA tem pressionado o Brasil para evitar a entrada da chinesa Huawei no leilão de 5G que o Brasil deve fazer no final deste ano – mas que pode ser adiado para 2021.
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Com o financiamento do acordo América Cresce, as operadoras norte-americanas podem tentar se tornar competitivas na área.
Na região, Argentina, Chile, Jamaica e Panamá estão no América Cresce, com o Peru em processo de adesão.
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