Trabalhadores de pelo menos 10 armazéns da Amazon nos EUA testam positivo para coronavírus

26 de março de 2020
GettyImages/ Florian Gaertner

A Amazon viu seus pedidos online aumentarem desde a quarentena forçada pelo coronavírus

Trabalhadores da Amazon em pelo menos 10 armazéns nos EUA testaram positivo para o coronavírus, marcando uma escalada na empresa que poderia colocar em risco a saúde de sua força de trabalho, bem como sua capacidade de fornecer alimentos e outros produtos básicos a milhões de americanos que não podem deixar suas casas.

O primeiro caso foi registrado na semana passada em uma instalação no Queens, na cidade de Nova York. Agora existe um segundo caso em Nova York em uma instalação de Staten Island. A empresa disse aos trabalhadores na terça-feira (24) que alguém havia testado positivo para coronavírus, mas não estava na unidade desde 11 de março, de acordo com um funcionário que falou com repórteres.

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Colaboradores da Amazon também testaram positivo para o vírus em pelo menos oito outros armazéns em todo o país (em Brownstown, Michigan, Jacksonville, Flórida, Joliet, Illinois, Katy, Texas, Moreno Valley, Califórnia, Oklahoma City, Shepherdsville, Kentucky e Wallingford, Connecticut) de acordo com funcionários da empresa, porta-vozes e cobertura de notícias locais. A Amazon fechou temporariamente algumas dessas instalações, como resposta.

“Na semana passada, quando todos estavam em quarentena, ainda estávamos sentados juntos nos refeitórios”, disse Stephanie Haynes, que trabalha no armazém da Amazon em Joliet, Illinois desde 2015, em uma ligação com repórteres. No entanto, um representante de recursos humanos informou-os na segunda-feira que uma mulher havia testado positivo para o coronavírus. “Queríamos que eles fizessem alguma coisa. Mas eles falaram para voltarmos ao trabalho”, disse Haynes, membro do grupo de direitos dos trabalhadores de varejo United for Respect.

A Amazon não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. No entanto, em uma publicação recente no blog, afirmou que, caso um funcionário tenha um resultado positivo para o Covid-19, avaliaria vários fatores para determinar se a instalação precisava ser fechada, incluindo onde o funcionário estava no prédio, por quanto tempo, quanto tempo se passou desde que estavam no local e com quem interagiram. A empresa também instruiu os funcionários que têm coronavírus ou entraram em contato com alguém com coronavírus a ficar em casa com duas semanas de folga adicional paga. Os trabalhadores que não conseguem entrar no trabalho, ou preferem não, têm uma folga ilimitada e não remunerada.

A Amazon também disse que intensificou a frequência e intensidade de seus esforços de limpeza, incluindo a higienização regular de maçanetas, corrimãos, telas sensíveis ao toque, scanners e outras áreas frequentemente tocadas. Reuniões presenciais durante os turnos foram eliminadas e o tempo dos turnos e os intervalos foram escalonados.

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“O que deve ser o ponto fundamental é a saúde pública e dos trabalhadores. Nossas preocupações são principalmente sobre a transmissão de pessoa para pessoa. A questão não é se as superfícies estão limpas”, diz Dania Rajendra, diretora da Athena Coalition, um grupo de direitos dos trabalhadores.

Centenas de funcionários da Amazon assinaram uma petição pedindo cuidados infantis, auxílio-doença e licença médica paga. Eles também pediram o fechamento de qualquer instalação onde um funcionário tenha testado positivo para o coronavírus até ela ser higienizada e os funcionários possam ser testados para o vírus.

Com um em cada quatro americanos permanecendo em suas casas, em um esforço para retardar a propagação do vírus, muitos se voltaram para a Amazon em busca de alimentos e outros produtos básicos.

“Estamos fornecendo um serviço vital para as pessoas em todos os lugares, especialmente para as mais vulneráveis, como os idosos. As pessoas dependem de nós”, disse o fundador e CEO, Jeff Bezos, em um e-mail para os funcionários. A empresa está no processo de contratar mais 100 mil trabalhadores para ajudar a atender à demanda crescente, além de dobrar o pagamento de horas extras para os trabalhadores horistas atuais.

“No momento, a Amazon é a coisa mais próxima da Cruz Vermelha em termos de ampla distribuição de produtos de consumo”, diz James Thomson, parceiro da consultoria Amazon Buy Box Experts e ex-chefe de negócios da Amazon Services, um grupo que recruta vendedores para a plataforma.

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No final, pode não depender da Amazon. “À medida que mais e mais regulamentações são adotadas para limitar o número de pessoas que podem se reunir, poderíamos ver limitações nos centros de atendimento, onde elas podem não ser capazes de executar com 100% da capacidade”, diz Gabe Ray, que dirige operações para Evolved Commerce, uma consultoria da Amazon. “Em algum momento, alguém pode intervir e dizer que vamos minimizar o risco aqui”.

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