CEOs preveem mais demissões, mas estão cada vez mais confiantes na economia

23 de outubro de 2020
Getty Images

Pesquisa entrevistou mais de 100 CEOs dos membros do Business Council e apontou que o nível de confiança aumentou no último mês do terceiro trimestre

A vista do alto não é ruim. Um novo estudo do grupo de pesquisa de negócios sem fins lucrativos Conference Board, em parceria com o Business Council, mostra que a maioria dos CEOs está otimista em relação ao contexto econômico mundial. Uma pesquisa com mais de 100 CEOs dos membros do Business Council –que inclui executivos de corporações multinacionais, como Amazon, General Motors, JPMorgan Chase e Merck– apontou que o nível de confiança aumentou drasticamente no último mês do terceiro trimestre, de 45 pontos em agosto para 64 em setembro. Uma pontuação acima de 50 indica confiança.

O resultado é a média aritmética de três análises separadas dos executivos. Foram avaliadas as condições econômicas atuais em comparação às de seis meses atrás, bem como previsões para o estado da economia e de seus setores específicos nos próximos seis meses.

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Embora os resultados gerais certamente mostrem mais otimismo dos executivos C-level, as respostas às perguntas específicas da pesquisa indicam um grau de persistência de cautela. “Enquanto o quarto trimestre viu um ressurgimento do otimismo, os líderes também estão cientes –e planejando– o que podem ser mudanças permanentes nas preferências dos consumidores e expectativas organizacionais”, observou o administrador do Conference Board e CEO da TIAA, Roger W. Ferguson Jr., em comunicado divulgado com o estudo.

Por exemplo, segundo o estudo, apenas 25% dos CEOs antecipam um aumento nos gastos de capital no próximo ano, ante lamentáveis ​​15% no início do trimestre. A pesquisa também mostra um quadro particularmente incerto para os funcionários: 34% dos CEOs esperam demissões adicionais nos próximos 12 meses e apenas 9% prevêem uma taxa de contratação superior a 3%. Além disso, analisa-se que os salários também podem sofrer contração, com quase 80% dos entrevistados prevendo um crescimento mínimo, estagnação ou declínio moderado. Consequentemente, quase dois terços não acreditam ter problemas para contratar candidatos qualificados para as vagas que forem oferecidas.

O levantamento indica várias outras mudanças importantes sentidas pelos executivos: 80% acreditam que um dos maiores efeitos da pandemia do novo coronavírus será a transformação digital, enquanto quase metade antecipa mudanças de longo prazo em comunicação corporativa, transparência e estrutura organizacional.

Embora a pesquisa seja em grande parte um termômetro do humor dos executivos de grandes empresas, há motivos para positividade, pelo menos para as empresas sólidas o suficiente para resistir à tempestade do curto prazo. Os economistas permaneceram cautelosamente otimistas sobre uma recuperação gradual até 2022, mesmo que a vacina da Covid-19 e os primeiros meses do ano na indústria de lazer sejam ​​imprevisíveis.

O crescimento na confiança dos executivos reflete um aumento muito menor na confiança do consumidor. Um estudo com consumidores feito pelo Conference Board divulgado no final do mês passado, em colaboração com a Nielsen, encontrou ganhos modestos no número de consumidores que acreditam que as condições de negócios estão boas, de 2,3% em agosto para 18,3% em setembro. Já aqueles que acham que há empregos abundantes, no mesmo período, aumentaram de 1,5% para 22,9%.

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