SÃO PAULO (Reuters) – As cotações do café robusta/conilon no Brasil atingiram os patamares reais (já deflacionados) mais baixos desde agosto de 2021, à medida que a oferta aumenta com a colheita da safra 2022/23, de acordo com avaliação do Cepea nesta terça-feira.
Neste início de junho, o indicador do robusta tipo 6, peneira 13 acima, voltou a fechar abaixo dos 700 reais/saca de 60 kg, apesar de a colheita estar com ritmo mais lento do que o usual para o período, em meio a dificuldades de contratação de trabalhadores.
“Apesar de o recuo dos valores estar mantendo o volume de negócios limitado, cafeicultores ainda têm vendido lotes menores, a fim de custear a colheita”, disse o relatório.
“Além disso, o volume de café novo nas mãos de produtores começou a aumentar apenas no fim de maio.”
O Cepea chamou atenção para a dificuldade de contratação de catadores no Espírito Santo, principal estado produtor de conilon.
A consultoria Safras & Mercado havia apontado o problema com a mão de obra no início de maio.
Segundo dados do Cepea, a colheita no Estado capixaba está entre 25% e 35% do total, inferior aos 35% a 45% colhidos no mesmo período da temporada passada (2021/22).
Já em Rondônia, as atividades estão entre 50% e 60%. Nesse Estado, os trabalhos também estão mais lentos neste ano –em junho do ano passado, já haviam sido colhidos de 60% a 70% dos grãos temporada 2021/22. No caso, o atraso está atrelado à maturação mais tardia da colheita em 2022.
No Noroeste do Paraná, em Garça (SP) e no Sul de Minas, enquanto algumas praças ainda estão no começo, outras já estão mais avançadas nas atividades. Assim, a colheita está entre 5% e 15% nas três praças.
Por fim, no Cerrado Mineiro e na Mogiana, esse volume colhido está entre 5% e 10%, segundo o Cepea.
“Ressalta-se que também há reclamações referentes à contratação de colhedores na maior parte das regiões produtoras de arábica, o que pode estar influenciando no ritmo mais lento da colheita nesta safra”, disse o relatório.
(Por Roberto Samora)