Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de café arábica dos cooperados da Cooxupé atingiu 9,55% do total projetado para a safra até o dia 10 de junho, registrando o ritmo mais lento desde ao menos 2017 para a época, com produtores esperando o melhor momento para iniciar os trabalhos, segundo dados da cooperativa divulgados nesta quarta-feira.
Algumas áreas do Sul de Minas Gerais, principal região de atuação da Cooxupé, registraram algumas chuvas no início do mês, assim como precipitações ocorreram em praças de São Paulo, o que pode limitar trabalhos, segundo o Cepea e dados do terminal Eikon, da Refinitiv.
“Realmente está atrasada (a colheita). Produtores estão esperando o café secar bastante. Como a colheita é menor, estão esperando para que o processo de colheita estrague o mínimo possível os pés de café”, disse o superintendente comercial da Cooxupé, Lúcio Dias, à Reuters.
Dias notou, contudo, que as chuvas têm sido fracas, ficando entre 5 e 10 milímetros na semana passada.
A Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil e também principal exportadora, espera um aumento no recebimento de café em 2022, para 6,1 milhões de sacas de 60 kg, sendo 4,6 milhões dos cooperados e 1,5 milhão de terceiros. Em 2021, a cooperativa recebeu 5,6 milhões de sacas.
O volume esperado pela Cooxupé representa 17% da safra de arábica estimada no Brasil em 2022 pela estatal Conab, de 35,7 milhões de sacas.
Um atraso na safra em importante região produtora tem potencial de deixar mais lentos os fluxos de exportação da nova temporada do Brasil.
Agentes do setor também têm relatado dificuldades para a contratação de trabalhadores para a colheita.
(Por Roberto Samora)