Como a Netshoes transformou-se em um fenômeno do e-commerce brasileiro

17 de outubro de 2015

Divulgação

Em 2000, os primos descendentes de armênios Marcio Kumruian e Hagop Chabab abriram uma loja de sapatos na Rua Maria Antônia, a poucos passos da Universidade Mackenzie (SP). Dois anos depois, eles resolveram investir no comércio eletrônico. No primeiro mês, não venderam um único par de calçados. No segundo, idem. No terceiro, venderam um par. Já no quarto, dois.

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De repente, sem o mercado perceber, a Netshoes transformou-se em um fenômeno do e-commerce. Quando sua presença foi sentida, ela já era grande demais. Hoje, o negócio que tem vários investidores internacionais como o GIC (fundo soberano de Cingapura) e o International Finance Corporation (membro do Grupo Banco Mundial), é o maior comércio eletrônico de artigos esportivos do mundo, segundo o Internet Retailer.

Com atuação no Brasil, na Argentina e no México, a Netshoes tem mais de 2 mil colaboradores e cerca de 40 mil artigos esportivos provenientes de 300 marcas, além de cerca de uma dezena de lojas oficiais de clubes — do Corinthians ao argentino River Plate. Por mês, são 30 milhões de visitantes únicos e cerca de 25.000 reviews de produtos escritas pelos clientes. Seu lema é inspirar e transformar a vida das pessoas com mais esporte e lazer. No ano passado, a receita líquida foi de R$ 1,2 bilhão, cerca de 20% a mais em relação a 2013.

Pela primeira vez em sua história, a companhia registrou fluxo de caixa positivo. Agora, ao completar 15 anos, seu primeiro funcionário dentre mais de 2.000, protagonizou um comercial na tevê e nas redes sociais.

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Além de costumeiramente dizer que a Netshoes cresceu com a ajuda de muito planejamento e pouco sono — Kumruian passou inúmeras noites acordado até as 3h —, a empresa transformou-se em um modelo de inovação. “A Netshoes tem como sua maior e pior desvantagem o fato de ser pioneira.

Ela inovou, cresceu e se adaptou melhor que todos os outros sites, pois foi a primeiro a vender apenas calçados esportivos via internet. Com o passar do tempo, o mix de produtos foi crescendo e ela começou a vender camisetas de futebol e, em cinco anos, passou a oferecer tudo relacionado a esportes”, analisa Douglas Carvalho Jr., sócio-diretor da Target Advisor, butique de fusões e aquisições.

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Já seu maior competidor, aponta Carvalho Jr., é a loja física Decathlon, dado o portfólio de produtos. Ela também migrou para o universo on-line. Mesmo assim, dado o tempo de existência e o tamanho da Netshoes, o consultor diz que ela continua praticamente sozinha no segmento de esportes no Brasil.