Criador da GoPro não é mais um bilionário

14 de janeiro de 2016

Na última quarta-feira (13), a GoPro anunciou a demissão de 7% de seu quadro de funcionários. E as más notícias foram além: a previsão de vendas para o próximo trimestre é menor do que o esperado. Por meio de um email enviado a toda a empresa, o CEO, Nick Woodman, se esforçou para não demonstrar pessimismo. “Hoje não é daqueles dias a que estamos acostumados na GoPro”, escreveu.

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Mas, apesar do tom otimista, o futuro talvez não seja muito melhor para Woodman. Na sequência do anúncio da quarta-feira, as ações da empresa despencaram a 24%. A fabricante de câmeras digitais perdeu centenas de milhões de dólares, fora a capitalização de mercado, e jogou seu proprietário para fora da lista de bilionários do mundo.

Com ações que giram ao redor de US$ 11, o patrimônio de Woodman está, atualmente, avaliado em pouco mais de US$ 995 milhões, patamar muito distante dos US$ 3,3 bilhões de setembro de 2014. Nos últimos 12 meses, as ações da companhia caíram quase 80% e, atualmente, o mercado a avalia em menos de US$ 2 bilhões.

A mudança no patrimônio líquido de Woodman foi diretamente influenciada pela fraca previsão de vendas no próximo trimestre: cerca de US$ 435 milhões contra os US$ 512 milhões de 2015. Essa discrepância deve-se, em grande parte, às vendas da nova câmera Hero4 Session, que, de tão decepcionantes, derrubaram seu preço para US$ 199 (o original era US$ 399).

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Nick Woodman apareceu pela primeira vez no ranking FORBES dos bilionários do mundo em março de 2013, depois de fazer um investimento significativo na fabricante de eletrônicos Hon Hai Precision Industry Co., também conhecida como Foxconn. Em dezembro de 2012, a empresa, com sede em Taiwan, adquiriu 8,88% da GoPro, fazendo com que a fabricante de câmeras digitais tivesse uma grande valorização. Naquela época, o patrimônio líquido era de cerca de US$ 1,1 bilhão.

Apesar da superação de vendas que a GoPro experimentou nos últimos anos, as expectativas para 2016 decepcionaram os investidores, que não estão confiantes quanto a inovação que a marca pode proporcionar daqui pra frente. O drone, embora possa salvar a empresa, ainda é uma promessa.